Freixo, Alckmin e Ciro serão jurados de “BBB” da política de Márcio França

Um grupo de pessoas confinadas em um hotel participa de um programa, transmitido para todo o país, do qual elas podem ser eliminadas se fracassarem em desafios elaborados pela produção. O formato poderia se referir a qualquer reality show, não fosse a presença de jurados como Marcelo Freixo (PSB), Arthur do Val (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Isa Penna (PSOL) e Ciro Gomes (PDT).

Idealizado e apresentado pelo ex-governador de São Paulo Márcio França (PSB), o reality show O Político vai reunir 12 participantes numa simulação de campanha eleitoral, em que eles devem debater temas espinhosos como legalização da maconha e do aborto, serviço militar obrigatório para mulheres, maioridade penal e extinção da Polícia Militar. Quem tiver o pior desempenho, de acordo com avaliação dos jurados, será eliminado.

O espectro ideológico dos jurados é amplo. Vai do PSOL, na esquerda, a figuras como o deputado estadual Coronel Telhada (PP), apoiador do presidente Jair Bolsonaro, e o policial Carlos Alberto da Cunha, conhecido como “delegado da Cunha”. Cada dia da semana contará com dois jurados, que vão orientar os participantes nos desafios.

“Eu já tinha sido jurado de Tribunal Militar, mas de reality show é a primeira vez”, afirma Telhada.

Isa Penna disse ter achado a ideia “ousada” e que aceitou o convite “principalmente para poder conhecer e dialogar melhor com um público que provavelmente não virá diretamente a mim”. Ela será jurada do penúltimo dia da rodada inicial.

“Vivemos uma crise sem precedentes no país e tentar alcançar todos os públicos, politizar as pessoas é essencial para vencermos essa crise”, diz ela.

Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, fará dupla com Telhada no tema “Serviço Militar deve ser obrigatório para todos, homens e mulheres? O Estado pode comandar a minha vida?”

“Recebi [o convite] numa boa, achei legal. É uma iniciativa para tentar tornar cada vez mais popular o assunto de política”, diz Do Val.

Os vencedores de cada rodada (oito, no total, que devem durar uma semana cada uma) se encontram na etapa final, a ser realizada em junho de 2022. Cada campeão será premiado com uma viagem a Brasília para conhecer o funcionamento da República, com passagens pelo Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo. Os 12 participantes ganharão uma bolsa para o curso de gestão pública da Faculdade Miguel Arraes.

O programa, que começa a ser gravado na semana que vem no Teatro Comedy Sampa da capital paulista, entre 8 e 12 de dezembro, deve estrear em dezembro no YouTube, no canal de França. Ele é custeado com recursos da Fundação João Mangabeira, ligada ao PSB.

França diz ter recebido quase 10.000 inscrições, das quais 160 foram selecionadas para uma fase final, da qual restaram os 12 escolhidos, seis homens e seis mulheres. Nenhum deles é filiado a partido político.

“Queremos trazer mais gente nova, de cabeça oxigenada, para dentro da política. Sinto na relação com os jovens muito dessa coisa de que a política é uma linguagem que eles não entendem. Aí a gente procurou na esteira dessas novidades da TV, de reality, e imaginou que talvez esse possa ser um formato”, diz França.

Cenário político

A final do programa, gravada na sexta-feira, vai contar com Ciro e Alckmin, de quem França foi vice durante seu mandato como governador de São Paulo, entre 2014 e 2018, orientando os participantes sob o tema da vacinação obrigatória. O pedetista, por outro lado, apoiou a candidatura de França à prefeitura de São Paulo em 2020.

França tem dito que poderá reeditar na eleição de 2022 a chapa com Alckmin, que está de saída do PSDB, partido que ajudou a fundar. O tucano vem sendo disputado pelo PSD de Gilberto Kassab e pelo União Brasil, sigla prestes a ser formada da fusão de PSL e DEM. Carlos Siqueira, presidente do PSB, defende que França possa ser vice de Lula contra Bolsonaro na próxima disputa eleitoral.

O xadrez eleitoral em São Paulo passou por acomodações nas últimas semanas. O apresentador da TV Band José Luiz Datena, filiado havia quatro meses ao PSL, acertou sua ida ao PSD na semana passada, com promessa de disputar o Senado. O União Brasil espera contar com Alckmin na corrida ao Palácio dos Bandeirantes, mas não descarta apoiar Rodrigo Garcia, vice de João Doria e hoje no PSDB.

“Minha pretensão é disputar o governo de São Paulo. Eu a Alckmin combinamos que faríamos tudo para estarmos juntos. O natural seria que o Alckmin fosse para o União Brasil, mas acho que ele pode me apoiar, não sendo candidato”, diz França.



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