Expectativa de 54% dos entrevistados é de que o índice fique entre 110 mil e 120 mil pontos até o final do ano
Por Reuters
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17 set 2019, 14h46
Uma pesquisa do BofA Merrill Lynch Data Analytcs mostrou gestores menos otimistas em relação à bolsa brasileira, enquanto aguardam a retomada do crescimento da economia e o avanço em outras reformas além da alteração das regras da Previdência.
A expectativa de 54% dos entrevistados é de que o Ibovespa fique entre 110 mil e 120 mil pontos até o final do ano, um acréscimo em relação ao 44% da pesquisa anterior e acima do patamar atual, de 103.500 pontos.
No entanto, agora ninguém trabalha com um cenário do Ibovespa acima de 120 mil pontos, contra uma parcela de 15% anteriormente.
“Agora que a votação da reforma previdenciária no Senado deve ser concluída no início de outubro, os participantes desejam crescimento econômico e progresso em outras reformas. Felizmente, a agenda microeconômica começou a ganhar tração.”
Entre os gestores consultados, 54% acreditam que o retorno do investimento do setor privado será o fator mais eficaz para trazer o crescimento de volta ao Brasil, enquanto 22% avaliam que tal movimento se dará por meio de privatizações e concessões.
Poucos (16%) acreditam que um ambiente macroeconômico externo melhor seria o mais eficaz.
A maioria (65%) ainda acredita que o Ibovespa irá ter um desempenho melhor do que outros ativos (real e bônus locais) nos próximos seis meses, mas o percentual ficou abaixo dos 71% no levantamento anterior.
Em termos de alocação, a pesquisa sugere alguma rotação para setores cíclicos, com investidores mais ‘overweight’ em materias-primas neste mês (19%) em relação ao anterior (10%) e menos ‘OW’ no setor financeiro (13%, mínima desde o começo da pesquisa em março de 2018).
O setor de consumo discicionário permanece o mais ‘overweight’, com 39%.
A pesquisa também mostra um aumento (para 57%) na parcela que espera que a taxa Selic fique abaixo de 5,5% no final do ano, contra 44% no mês passado. Para a taxa de câmbio, apenas 16% estimam que o dólar ficará abaixo de 3,80 reais até o fim do ano, contra 66% antes.
O levantamento foi realizada entre 6 e 12 de setembro, com a participação de um total de 37 painelistas com aproximadamente 96 bilhões de dólares em ativos sob gestão.