Granero lança “Uber do carreto” de olho em mercado de frete

O setor de logística e de entregas é um dos mais aquecidos da economia, em razão do forte crescimento do e-commerce e de aplicativos de delivery dos mais variados produtos. O aumento dos investimentos e de novos negócios multiplica as opções para quem precisa do serviço de entrega e para quem quer receber sua encomenda em menor tempo.

Uma das novas apostas não vem de uma startup novata mas de um player com mais de cinco décadas de história. A Granero, empresa líder no transporte de mudança de casa, acaba de lançar a Granero Express.

O objetivo: tornar-se o “Uber do carreto” e abocanhar uma fatia do mercado de frete sob demanda, que envolve o transporte de móveis, eletrodomésticos e produtos que são maiores do que aqueles que podem levados por motos e carros, mas que não são exatamente uma mudança doméstica. É um negócio com tíquete médio na faixa de 600 a 700 reais. Em mudanças de casa, esse valor médio fica em torno de 3.300 reais.

O novo negócio é uma plataforma digital para conectar motoristas autônomos especializados, conhecidos como TACs (Transportadores Autônomos de Carga), com os clientes que buscam esse serviço de carreto. A Granero entra com a marca e a sua credibilidade, cuidando de toda a intermediação por meio de tecnologia e da seleção dos motoristas habilitados a prestar o serviço. Será possível ao cliente verificar o histórico de entregas do motorista e a sua nota, por exemplo.

Por meio de aplicativo, o cliente pode escolher as alternativas disponíveis conforme disponibilidade de agenda e modelo do veículos — inicialmente são aceitos na plataforma dois modelos: vans e VUCs (veículos urbanos de carga), que são caminhões leve e semileves apropriados para o transporte dentro das cidades.

“A Granero Express surgiu a partir da demanda dos próprios clientes. Sempre aparecia um cliente que perguntava ‘vocês não podem levar um sofá do meu apartamento para a casa da minha mãe’? ‘Preciso transportar uma mesa de jantar. Vocês fazem o serviço?'”, contou Rafael Granero, diretor comercial da Granero, em entrevista à EXAME.

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“Como somos especializados em mudanças mais robustas, complexas e customizadas, estávamos perdendo a chance de atender a essas demandas”, disse Granero, que faz parte da terceira geração da família à frente dos negócios da maior transportadora residencial da América Latina. A Granero foi fundada em 1966 por Pedro Granero, avô de Rafael. São cerca de 20.000 mudanças domésticas por ano em 60 das maiores cidades do país.

O novo serviço de intermediação do carreto já está em operação com transporte que tenha origem na Grande São Paulo, mas com entrega para outros estados se necessário. O plano de expansão fica para um segundo momento.

Segundo Granero, esse é um segmento de mercado dominado atualmente por trabalhadores autônomos. “É o próprio dono do caminhão que faz o serviço, geralmente por meio de indicação de quem já conhece.”

Uma pesquisa encomendada a uma consultoria deu a dimensão da oportunidade: de 400 potenciais clientes que são pessoas físicas e jurídicas e de 400 motoristas habilitados a prestar o serviço, nenhum disse conhecer uma empresa com plataforma digital que oferecesse o serviço de Uber do carreto. E nove em cada dez entrevistados afirmaram que teriam interesse em contratar se existisse uma empresa desse ramo.

Segundo Granero, o serviço é oferecido por players que operam também outras atividades, como a GetNinjas (NINJ3), que atua com todo tipo de produto e serviço, e a chinesa Lalamove, cujo foco está em entrega de mercadorias de menor porte.

Dada a informalidade elevada, ele disse que não encontrou estimativas confiáveis do tamanho desse mercado. Mas contou que a previsão é atingir 10 milhões de reais em faturamento no primeiro ano de operação do novo negócio.

A Granero Express, de acordo com o executivo, traz o serviço de carreto para o mercado formal, levanta o histórico dos prestadores de serviço — com sua devida anuência —, como dados de pagamento e/ou atraso de contas, antecedente criminais etc., treinamento necessário e registro em dia junto ao governo para exercer essa atividade.

Na proposta de valor da Granero Express, além da formalidade do contrato, Rafael contou que buscou agregar serviços e produtos que possam melhorar a experiência do cliente. “Ele pode contratar um seguro para os bens, ajudantes para o manuseio e comprar embalagens a preços mais baixos do que se fosse fazer isso por conta própria”, afirmou.

A plataforma de tecnologia foi desenvolvida pela própria Granero, em um projeto que levou 18 meses para ficar ponto. Ela funciona tanto na versão web como pelo aplicativo para iOS e Android e inclui um serviço de georreferenciamento para acompanhamento do transporte do produto. O investimento no projeto foi de 2,1 milhões de reais.

A Granero cobra um take rate de 30% do valor do serviço e fica responsável pelo recolhimento de contribuições sociais para o motorista autônomo, pagamento de impostos e despesas financeiras como a de cartões.

A iniciativa não é uma novidade para a companhia, que, no passado, já havia expandido a atuação para outras atividades relacionadas com o transporte. “Há muito anos temos a preocupação de diversificar os negócios.”



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