Há algo no mercado que “desgosta” do Brasil, diz economista-chefe do IIF

Há algo no mercado que “desgosta intensamente do Brasil“, disse Robin Brooks, economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), em comentário no Twitter nesta quinta-feira, ao citar fortes saídas de recursos do mercado brasileiro em março.

“Há algo nesse mercado que desgosta intensamente do Brasil… As saídas (de capital) do Brasil em março foram um evento com desvio padrão de -6,0, ou seja, completamente além de qualquer coisa já vista antes…”, disse Brooks, comparando o fluxo negativo do Brasil com o de outros mercados emergentes.

Segundo os últimos dados disponilizados pelo Banco Central, a saída de investimentos em carteira alcançou 22,068 bilhões de dólares em março, um recorde — somando ações e renda fixa negociadas no mercado doméstico.

Tamanho fluxo negativo ajuda a explicar a disparada de 15,92% do dólar ante o real em março –maior valorização mensal desde setembro de 2011 (+18,15%) e a mais forte para o mês desde pelo menos 2002.

No primeiro trimestre, a divisa saltou 29%, mas ainda assim encontrou mais fôlego para alta adicional. Com base nas cotações desta quinta-feira –quando chegou a beirar o inédito patamar de 6 reais–, o dólar acumula valorização de 45% em 2020, a maior dentre as principais moedas globais.

O mercado brasileiro sofre neste ano com as incertezas externas geradas pela crise do coronavírus, mas tem sido lanterna entre seus pares, afetado adicionalmente pela ressurgência de tensões políticas, deterioração fiscal e colapso da economia.

A queda dos juros básicos a mínimas recordes –parte de um esforço para dar suporte à atividade– tem minado a atratividade da renda fixa brasileira (e, por tabela, do real), o que deixa o Brasil em clara desvantagem frente a outros mercados emergentes com taxas mais elevadas.

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