HempMeds cresce, e CEO defende que Brasil discuta mais usos para cannabis

Uma das principais marcas que operam na importação da substância canabidiol para o público brasileiro, a internacional HempMeds quer chegar às prateleiras das farmácias.

Desde 2020, a Anvisa permite que empresas vendam o composto medicinal derivado da maconha dentro do Brasil, depois de receberem uma autorização. 

Além disso, a agência permite também a venda dentro das farmácias desde que as marcas se adequem a uma série de exigências. Antes disso, a única forma de consumir o derivado medicinal da cannabis era importando em sites.

Apesar de permitir a entrada das marcas nas farmácias, apenas a farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi conseguiu até agora a autorização.

Vale destacar que as duas formas de comprar o canabidiol exigem receita médica. No caso da online, é preciso obter ainda uma autorização pelo site da Anvisa. 

“Nós vamos tentar entrar nesse mercado físico. Basicamente, nós temos que nos tornar uma farmacêutica para isso. Nós estamos trabalhando para fazer isso no Brasil. Nós estamos perto de entregar os pedidos para a Anvisa para nós termos esse registro no Brasil”, diz Raul Elizalde, presidente global da empresa.

A Hemp Meds é uma das empresas que fazem parte do grupo Medical Marijuana, Inc. A empresa opera de forma diversa no mercado de cannabis medicinal, com outros empreendimentos debaixo de seu guarda-chuva, e tem o capital aberto nos Estados Unidos.

Para o presidente global da Hemp Meds, a legislação brasileira tem um bom desenho no aspecto dos derivados medicinais da cannabis, como o canabidiol, mas precisa discutir outros pontos, entre eles a utilização de derivados da planta cânhamo, de onde pode ser extraído o canabidiol e não é encontrada a substância psicoativa THC.

 O cânhamo tem usos industriais como fibra e até alimentos. Suas sementes produzem “leite” e podem também ser consumidas.

“Eu acho que isso precisa mudar em breve porque você pode ter medicamentos nas farmácias que os médicos prescrevem, mas você também precisará ter comida feita com cânhamo, cosméticos… A legislação não deveria permitir apenas a medicação, mas também produtos à base de cânhamo como comida”, opina Raul.

Os cosméticos que usam canabidiol são outro derivado da cannabis que no momento ainda ficam de fora do que a legislação atual permite no país e que, segundo o executivo, o Brasil deve discutir

“É importante diferenciar os produtos de cânhamo, com baixa concentração de THC, e os produtos da planta que gera a maconha, com alta concentração de THC. É importante para os países separarem essa regulação”.

Bons números com canabidiol

Neste ano de 2021, a Hempmeds teve um ótimo primeiro semestre em 2021 e tem passado por um reposicionamento de marca, que agora faz referência a esportes e energia, além de ter cores mais vivas. Além disso, tem patrocinado também esportistas.

A estratégia da marca resultou no aumento de 20% na receita da empresa nos primeiros seis meses deste ano, na comparação com o mesmo período de 2020. Esse crescimento é reflexo do incremento de 13% nas unidades de canabidiol vendidas.

“Nós temos muitas diferenças entre as marcas que vendem produtos de cannabis online. Nós fomos os primeiros a nos estabelecer no Brasil anos atrás e isso é importante para os consumidores, ter essa presença nos países. Mas uma das coisas que nós estamos fazendo é treinar médicos, fazendo cursos para que eles entendam como entender os produtos de cannabis. E essa é uma coisa que nós estamos fazendo aqui há muito tempo. E isso é o porquê nossos clientes preferem nossa marca a outras marcas. Nós não estamos vendendo só canabidiol”, diz Raul Elizalde.

Como a Anvisa não permite publicidade dos produtos, a empresa também tem apostado em parceria com atletas para reforçar a força da sua marca. 

A Hemp Meds patrocina nove atletas, todos usando o canabidiol da marca. Entre eles, como uma espécie de embaixador, está o lutador Maguila. Na luta, por exemplo, estão Raoni Barcelos e John Teixeira, e no surf está Raquel Apollonio.

Em entrevista à EXAME em julho, o diretor-geral da HempMeds Brasil, Matheus Patelli, disse que o esporte ajuda a quebrar o estigma de que poderia haver algo de ilegal ou danoso no uso de canabidiol. 

“Por que patrocinar atletas? São pessoas que ajudam a diminuir a barreira e o preconceito ao tratamento com os derivados da cannabis. Como você colocaria um atleta olímpico ou de outra modalidade, que está exposto com outros patrocinados e marcas, fazendo uma coisa que seria ilegal?”, questiona.

O canabidiol, que é indicado para tratamentos de espasmos musculares, ansiedade e dor crônica, é apenas uma das substâncias, chamadas de canabinoides, potencialmente medicinais da cannabis. 



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