Ibope aponta que entregadores de apps não querem carteira assinada

A maioria dos entregadores cadastrados em plataformas como iFood, Uber Eats e Rappi preferem um modelo de trabalho flexível, com possibilidade de prestar o serviço para diversas empresas, em vez de ter a carteira assinada. 

É o que mostra uma pesquisa do Ibope, feita em 17 e 18 de julho com 1.000 profissionais brasileiros. De acordo com instituto, 70% deles preferem trabalhar assim.

No levantamento, o instituto questionou: “Você prefere o modelo de trabalho atual, que te permite escolher os dias da semana e os horários em que gostaria de trabalhar, podendo ainda trabalhar com vários aplicativos e definir a melhor forma de compor sua renda, OU gostaria de ter carteira assinada para poder ter acesso a benefícios e direitos como 13º salário, férias, INSS e FGTS, mas tendo que cumprir horários e demais regras das empresas de aplicativos?”

Apenas 30% disseram que prefeririam a carteira assinada. 

O novo modelo de relação de trabalho dos aplicativos, a chamada “Uberização”, tem recebido atenção na Justiça. No entanto, diferentes juízes e instâncias chegam a conclusões distintas sobre o vínculo e responsabilidades das empresas sobre os trabalhadores.

Em janeiro, a Justiça Trabalhista de São Paulo negou ação civil pública que pedia vínculo empregatício entre o iFood e entregadores.

As discussões sobre relações de trabalho entre entregadores e empresas têm ganhado fôlego com o crescimento dos serviços de delivery. Neste mês de julho, entregadores já fizeram duas paralisações por melhores condições de trabalho. 

Os entregadores devem fazer outra neste sábado (25). Entre as demandas estão aumento no valor da corrida, diminuição no tempo de espera nos restaurantes, seguro de vida e contra roubos, entrega de EPIs – kits de higienização e licença remunerada para quem contrair o coronavírus.

A paralisação do começo de julho chegou a mobilizar entregadores de diversos estados do país. Na segunda, focada em São Paulo, com apoio do sindicato da categoria, os entregadores chegaram a se encontrar com representantes das empresas em uma audiência do Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região, mas que foi adiada. 

De acordo com a pesquisa do Ibope, 40% dos entrevistados disseram apoiar o movimento, enquanto 18% são indiferentes e 23% não apoiam. Ainda, 8% disseram não ter tido conhecimento sobre o movimento.

Entre os 92% que tiveram conhecimento, 53% disseram considerar negativa a participação de partidos políticos e de sindicatos nas manifestações. 

Ainda segundo a pesquisa, 18% dos profissionais consultados e que ficaram sabendo do movimento disseram não ter feito entregas durante a paralisação por medo de sofrer algum tipo de intimidação.

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