Ibovespa tem maior alta em dois dias desde 2008 e fecha próximo dos 75 mil

São Paulo – O Ibovespa teve mais um dia de alta acentuada nesta quarta-feira (25), tendo no radar a possibilidade de o pacote de estímulos de mais de 2 trilhões de dólares ser aprovado ainda hoje no Senado americano. A medida é uma das mais esperadas pelo mercado financeiro. Na sessão o principal índice da bolsa brasileira avançou 7,50% e encerrou em 74.955,57 pontos. Desde terça-feira, o índice acumula alta de 17,91% – a maior já registrada em dois dias desde outubro de 2008.

O projeto americano deve atender diversos setores da sociedade, como pequenas e grandes empresas e governos estaduais e municipais, além de prever um ajuda de custo para famílias de baixa e média renda de 1.200 dólares por adulto e 500 dólares por criança. 

“Junto da atuação recente dos principais bancos centrais do mundo e da melhora verificada no quadro técnico dos mercados, o novo pacote de gastos ajudou a reviver o apetite de investidores por ativos de risco”, escreveram analistas da Guide Investimentos em relatório a clientes.

Na segunda-feira (23), o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, havia anunciado outro pacote que previa empréstimos aos grandes empregados equivalentes a até 4 anos de financiamento e linhas de créditos especiais para famílias. A medida, somada à expectativa de que o projeto trilionário do governo americano fosse aprovado levaram o índice Dow Jones a registrar, na véspera, a maior alta desde 1993, subindo 11,37%. Nesta quarta, o índice subiu 2,39%.  

Apesar do tom positivo nos mercados, Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, acredita que esses incentivos possam ser insuficientes para aguentar os impactos do coronavírus (Covid-2019). “Passamos uma década sustentando crescimentos pífios em diversos lugares, queimando o que se tinha de cartuchos de política monetária. E o fiscal europeu, com exceção de Alemanha de meia mão de países, está em frangalhos”, afirmou.

Na última semana, o banco americano JPMorgan alertou que a pandemia deve resultar em drásticas recessões em países emergentes, podendo chegar a 12% na América Latina. Na Turquia, o tamanho da recessão deve ser de 17,2%, segundo o banco.

“Estávamos lutando com todas as armas, para evitar o que seria uma recessão média, agora vamos com tudo para uma de dimensões globais em países fragilizados”, disse Vieira. Para o economista, uma quarentena muito prolongada poderia levar a uma depressão econômica que impactaria o crescimento de uma década. “Há uma divisão no mercado quanto à perspectiva de shutdown. Os cálculos econômicos são fatalistas conforme aumenta o tempo de reclusão geral.”

Entre os investidores brasileiros, também repercutiu as últimas falas do presidente Jair Bolsonaro em rede nacional. “[Ele] conseguiu ser criticado por todos, pelos ataques contra a imprensa, governadores e especialistas em saúde. A sensação geral é que também falta a figura de um administrador da crise no governo”, afirmou Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, em análise matinal.


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