Indústria cai 0,6% em outubro pressionada pela alta nos preços dos insumos

A produção industrial de outubro caiu 0,6%% na comparação com setembro, quando havia recuado 0,4%. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.

Esta é a quinta retração seguida. A alta foi puxada pelas indústrias extrativas, de matérias-primas naturais, que caíram 8,6%, e produtos alimentícios, cujo recuo foi de 4,2%.

A expectativa do mercado era de alta de 0,6%, segundo analistas ouvidos pela Reuters. No ano, a indústria acumula alta de 5,7%, o mesmo percentual registrado em 12 meses.

O resultado da indústria em outubro é o primeiro sinalizador sobre como ficou o comportamento da economia no quatro trimestre, após o país ter entrado em recessão técnica.

O termo considera dois trimestres consecutivos com taxa de crescimento negativa e foi considerado depois que o Produto Interno Bruto (PIB) — conjunto de bens e serviços produzidos pelo país — do terceiro trimestre, divulgado ontem, recuou 0,1%.

Entre os itens que mais pressionaram a alta de setembro para outubro, estão produtos do fumo, derivados de petróleo e biocombustível, produtos químicos, equipamentos de transporte, borracha e material plástico.

Outras contribuições negativas vieram de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,1%), de produtos de metal (-1,9%), de veículos automotores, reboques e carrocerias(-0,8%) e de produtos farmacoquímicos e farmacêuticos (-2,4%).

Se for considerar a variação no ano, inclui-se na lista madeira, celulose, metal, máquinas e equipamentos, entre outros.

Das quatro categorias pesquisadas, somente bens de capital registrou leve alta, de 2%. Bens intermediários passou de -0,2% para 0,9% de setembro para outubro e bens de consumo duráveis atingiu resultado pior, de -0,6% para-1,9%. Já bens de consumo semi e não duráveis amargou de -0,2% para -1,2%.

Falta de insumos e preços altos

A indústria vem sendo afetada desde o ano passado por um forte aumento dos custos provocado pela falta de matéria-prima. O problema é global, mas no Brasil, a situação se agrava, pois o consumo interno é predominante e, além de preços mais caros – também por reflexo da valorização do dólar frente o real -, o setor sente os reflexos da inflação a quase dois dígitos, da alta taxa de desemprego e da crise hídrica.

Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem, sintetiza esse cenário: a cada dez indústrias, sete têm dificuldades para comprar insumos.

O levantamento mostra ainda que, de 25 setores da indústria de transformação, 18 disseram que está mais difícil obter insumos no mercado doméstico mesmo com valores acima do habitual.

Os mais atingidos são calçados, couro, móveis, vestuário, madeireiro e produtos eletrônicos e de informática.

Dos setores que dependem de insumos importados, 18 deles também relataram o mesmo problema, principalmente os farmacêuticos, de máquinas e materiais elétricos e de plástico.

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