Interesse de dona da Vivo na Oi agrada investidores; ação salta 8%

Empresa busca se reerguer há três anos, quando fez um pedido de recuperação judicial com dívidas de R$ 65,4 bilhões

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16 set 2019, 19h18 – Publicado em 16 set 2019, 13h14

Recém-aprovada, a nova Lei das Teles já começam a mostrar seus possíveis efeitos, com as movimentações em torno da venda da operadora Oi. Ao que tudo indica, os investidores aprovaram a ideia de uma possível aquisição pela espanhola Telefônica.

As ações da companhia em recuperação judicial sobem com força nesta segunda (16), depois que veio a público o interesse da dona da Vivo em adquirir a operadora. Os papéis chegaram a subir 8% nesta manhã, negociados acima de 1,15 reais. Perto do mesmo horário, as ações da Vivo (VIVT4), segunda maior empresa em telefonia fixa no país, subiam ao redor de 1,83%, a 52,73 reais.

Telefônica avalia compra parcial 

Mais cedo, o jornal espanhol “El Confidencial” publicou, citando fontes, que a Telefônica analisa a compra parcial do grupo brasileiro de telecomunicações em recuperação judicial, avaliada em 6 bilhões de euros. O grupo espanhol contratou um banco de investimento para assessorar uma eventual transação com a maior empresa de telefonia fixa do país.

“Ao que tudo indica a Vivo, que tem atuação muito focada no estado de São Paulo, deve ir atrás da rede de fibra óticas da Oi devido a sua capilaridade, com penetração em boa parte do Brasil”, observaram os analistas da Levante Investimentos em relatório.

O novo marco regulatório do setor, ou nova lei das Teles (PLC79), vai permitir que as empresas migrem do regime de concessão para o de autorização, diminuindo os entraves nos serviços prestados. Desta forma, elas poderão focar menos nos serviços na telefonia fixa e mais na transferência de dados, como a banda larga.

Segundo EXAME apurou em reportagem da edição impressa 1193, a nova lei torna a Oi mais atraente para eventuais compradores. A americana AT&T e os chineses já demonstraram interesse, enquanto a TIM também é vista como forte candidata a uma fusão ou, pelo menos, uma aquisição de parte dos negócios.

A mudança na legislação certamente vai mexer com as estruturas do setor. “Fusões e aquisições, buscando consolidação ou novos entrantes são aguardadas no próximo ano”, destacou a Levante. A Oi, com seus problemas financeiros, é o alvo mais provável desde movimento, e também a principal possível beneficiada pela mudança.

Rebaixamento na semana passada

Na sexta-feira, a ação da Oi chegou a cair mais de 10%, depois que a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) mudou a perspectiva das notas de crédito da empresa de estável para negativa. A agência rebaixou o rating em escala Nacional Brasil de “brA” para ‘brA-’. O rating global foi mantido em ‘B’.

Em relatório, a S&P justificou a ação informando que a operadora, que pediu recuperação judicial em 2016 e tenta reerguer sua saúde financeira, terá métricas de crédito mais fracas por mais tempo do que se esperava, sobretudo em virtude da menor receita com os serviços de telefonia fixa.

Outro motivo para o rebaixamento da nota seriam as dificuldades de execução do plano de investimentos (capex) da empresa, que podem limitar sua capacidade de reverter a queda na receita, enquanto  sua rentabilidade fica menor.

Além disso, a S&P esperava que a Oi anunciasse um crescimento da receita em 2019, mas a empresa registrou problemas e consequentes declínios na receita de linhas fixas nos últimos trimestres. 

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