Investidor já pode negociar moeda estrangeira na B3

Com a contínua redução da taxa básica de juros da economia brasileira nos últimos anos – passou de 14%, em 2016, para 3,75% no último anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central neste mês –, a demanda de investidores por novas formas de diversificar sua carteira levou milhares deles a investir na bolsa de valores em busca de ganhos maiores do que a renda fixa, por exemplo.

Nesse período, a B3 ganhou musculatura e foi eleita a Bolsa de Valores do Ano pelo FOW Awards 2019, premiação do Global Investor Group, principal grupo de comunicação especializado na cobertura do mercado de capitais e derivativos do Reino Unido. Já os investidores cresceram em número e ganharam experiência e maturidade para buscar novos produtos para diversificar suas carteiras.

Pensando nesse público, a B3 elegeu, por meio de uma licitação no fim do ano passado, três formadores de mercado no Brasil, os chamados market makers, expressão em inglês para provedores de liquidez. São dois bancos e a Infinox Capital, corretora inglesa que atua como formadora de mercado há mais de 11 anos. Os investidores brasileiros poderão negociar os chamados Forex, ou FX, moedas internacionais em relação ao dólar americano, como GBPUSD, AUDUSD, NZDUSD, EURUSD, USDCAD, USDJPY, além dos pares escandinavos USDNOK e USDSEK, e também colocar posições nas procuradas Notas do Tesouro dos Estados Unidos de dez anos.

Suas operações envolvem a compra de uma moeda simultaneamente com a venda de outra. O investidor negocia as moedas em pares, especulando que o valor de uma delas vai subir ou cair em relação à outra.

“Nosso dever como formador de mercado de FX (futuros) no Brasil é oferecer liquidez em contratos de moedas e juros americanos – dez anos para o mercado brasileiro – e apoiar as corretoras locais com materiais, pesquisas e informações sobre o produto”, afirma Robert Berkeley, CEO da Infinox Capital. “Vamos atuar durante todo o pregão, garantindo baixos spreads para os mercados brasileiros em todos os produtos de pares de moedas em dólares e futuros em juros americanos”, completa.

Fluxo internacional deve voltar ao Brasil

Antes da formação desses contratos futuros na B3, esse tipo de negociação só podia ser realizado fora do Brasil e estava sujeito à regulamentação do país em que era contratado. Agora, o investidor nacional terá acesso ao produto por meio de qualquer corretora brasileira que atue com a B3 e estará menos sujeito aos riscos da flutuação do câmbio, por exemplo, no exterior e regulamentações offshore.

E não falta demanda. Segundo levantamento do Bank for International Settlements, diariamente são negociados 6,6 trilhões de dólares no mercado global de câmbio, o maior em volume e em liquidez no mundo.

Muitos brasileiros já estavam atentos ao produto quando ele ainda só era ofertado lá fora. Cálculos de corretoras europeias apontam que 50 000 brasileiros investem em Forex no exterior atualmente. E esse número já foi maior. Até 2011, eram 100 000 brasileiros apostando no produto lá fora. O objetivo, agora, é atrair todos esses investidores do varejo (pessoa física) para negociar o produto aqui no país em até dois anos.

Executivos da Infinox acreditam que o volume institucional demandado pelos fundos brasileiros deve subir exponencialmente no próximo ano, pois são instrumentos de alta demanda global e, agora, estão disponíveis localmente.

Em momentos de crise, como a que o mundo enfrenta agora com o coronavírus, todo o mercado fica mais volátil, e o produto FX se torna ainda mais atrativo para especuladores em geral ou grandes fundos que procuram ferramentas de hedge (proteção cambial, por exemplo). “Tivemos movimentos de 10% a 30% em negociações com moedas como libra, real, coroa norueguesa e sueca, entre outras”, afirma Jay K. Mawji, diretor da Infinox Capital.

“Estamos felizes em poder oferecer liquidez em contratos de FX e Treasuries para o mercado brasileiro. Os participantes do mercado nacional demandam produtos internacionais em sua bolsa de confiança e a Infinox vai oferecer liquidez de primeira linha em um dos mercados que mais crescem no mundo. Estamos observando uma demanda crescente e orgulhosos em oferecer essa nova classe de ativos em ambiente regulamentado da B3”, completa.


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