O prefeito de São Paulo Bruno Covas disse hoje que o lockdown, fechamento total das atividades, é uma possibilidade que está em cima da mesa na capital, mas sua eficiência depende da coordenação com o governo estadual.
“A gente tem feito tudo que a área da saúde coloca como necessário. Sendo decretado pelas autoridades, começa a funcionar em São Paulo também, mas vai ter mais efeito se for feito pelo governo do estado para ter o efeito esperado, já que há fluxo intenso de pessoas das cidades ao redor da capital”, disse em entrevista na Globo News.
Especialistas tem dito que algumas cidades brasileiras já deveriam ter adotado lockdown por conta da quantidade baixa de isolamento. Esse é o caso de São Paulo e do Rio de Janeiro, com taxas abaixo de 50%, quando o ideal para evitar o colapso do sistema de saúde, segundo especialistas, é 70%.
Megarrodízio
Segundo Covas, em São Paulo, o rodízio ampliado que começou nesta segunda-feira na capital ajudou a aumentar o índice de isolamento social de 46% registrados na sexta-feira para 49,3% ontem, quando a cidade registrou 4 Km de lentidão ante 24 Km na semana passada.
“Tivemos 1,5 milhão de carros a menos circulando, o que mostra um acerto no rodízio”, disse em entrevista à Globo News. Voltando para os 55% de isolamento que a cidade registrou no começo da quarentena, segundo ele, o rodízio é suspenso.
Por outro lado, os ônibus registraram 6% de aumento no fluxo de pessoas, com aumento da frota superior a esse valor, disse o prefeito, que disse que ão houve ônibus lotado hoje na capital.
Mais cedo, o secretário estadual de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Alexandre Baldy disse também em entrevista ao canal que, ontem, a utilização na CPTM aumentou 12% e o metrô, de 10%.
Diferentemente do que disse o prefeito, segundo o secretário, ainda é preciso entender o reflexo desses três primeiros dias nos transportes públicos.
A regra é que a circulação de veículos com placas que terminem em número par pode ocorrer apenas em dias pares. Já as placas com final ímpar, em dias ímpares. A limitação vale durante as 24 horas do dia, inclusive em fins de semana, e em todas as regiões da cidade.
Isso significa que apenas 50% da frota pode circular em um determinado dia. Veículos da área da saúde, carros de polícia, do Exército, prestadores de serviço elétrico e de gás ficam de fora, mas motoristas de aplicativos de carona estão incluídos. A punição é multa de 130 reais e perda de 4 pontos na CNH.