Lula fala em ressurreição e diz que está de volta ao jogo

Depois de seis anos de brigas jurídicas, em abril deste ano o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu que suas condenações fossem derrubadas na Justiça, recuperou seus direitos políticos e agora avisa: está de volta ao jogo.

“Eu estou muito feliz agora, muito feliz, porque eu comparo isso a uma ressurreição: estou de volta ao jogo, quero jogar, quero ganhar porque tenho certeza que eu posso melhorar a vida desse povo”, disse o ex-presidente.

Mesmo tentando dizer que sua candidatura à Presidência não está definida, Lula fala com o entusiasmo de quem já faz planos não apenas para a campanha eleitoral, mas para a volta ao Palácio do Planalto.

Em quase duas horas de conversa com a Reuters, o ex-presidente, de terno cinza e gravata vermelha, chegou a quase levantar da cadeira quando falou de seus planos para o país, ao mesmo tempo que se emocionou mais de uma vez ao tratar da fome que voltou a atingir o Brasil.

Lula não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro, a quem comparou a um “tumor”, que se extirpado fará com que o país volte ao normal.

Ao ser perguntado se tem receio de que Bolsonaro possa causar problemas na eleição, disse que não. “Ele terá que obedecer (a lei) como eu tenho que obedecer. Ele vai perder e vai quietinho para casa, vai lamber suas feridas como eu fui muitas vezes que eu perdi as eleições e deixar a gente governar esse país com tranquilidade”, afirma.

Em meio a negociações com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin para ser candidato a vice-presidente em sua chapa, Lula admite indiretamente que as conversas existem, elogia o ex-concorrente à Presidência que acaba de deixar o PSDB, mas diz estar sendo “cauteloso”.

“Eu levo muito a sério essa questão do Alckmin, só não posso dizer se ele vai ser ou não, porque não é uma questão só minha, não é uma questão só dele”, diz. “Quem vai discutir o vice não sou eu, é o PT. E o Alckmin sabe disso, e ele também é muito cauteloso. Ele está saindo de um partido agora, ele quer conversar com outros partidos políticos para tomar uma decisão. Eu não sei qual é o partido que ele vai.”

Sem se negar a responder nada, Lula falou de alianças, economia, da recente polêmica causada por seus comentários sobre a reeleição do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, e até de seu futuro casamento, que deve ocorrer no ano que vem, mas sem data definida.

A seguir, os principais pontos da entrevista concedida à Reuters na sexta-feira, no estúdio montado por sua equipe na sede do PT, no centro de São Paulo.

VOLTA À POLÍTICA

“Eu poderia te dizer que esse é o ano da ressurreição do PT, do Lula, e da verdade nesse país. Esse país esteve durante muito tempo subordinado a uma quantidade de mentiras sem precedentes na nossa história… Então eu digo que é uma ressurreição porque, para as pessoas que imaginavam que o PT estava morto, que a gente não ia mais fazer nada nesse país, a gente volta com a consciência tranquila, a gente volta com um carinho muito especial de uma parcela muito grande da população brasileira, com uma palavra chamada esperança tomando conta da cabeça das pessoas.”



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