Mercado Livre dos produtores rurais, startup Clicampo capta R$ 40 milhões

A Clicampo, startup que conecta produtores rurais a restaurantes e varejistas em grandes cidades, anunciou a captação de R$ 40 milhões em uma rodada semente liderada pelos fundos Valor Capital Group e MAYA Capital.

Também participaram do aporte os investidores-anjo Marcelo Abritta, fundador da Buser; Rafael Costa, fundador da Across Capital e ex-Vulcan Capital; Luis Cascão, fundador da Truepay, além dos times fundadores das startups Agrolend e Pier.

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Fundada em 2021 a Clicampo nasceu para solucionar uma das principais ineficiências da agricultura nacional: os gargalos logísticos que causam desconexão entre o que é produzido por pequenos e médios agriculturores e as gôndolas de lojistas e os cardápios de restaurantes nas grandes capitais. Em outra frente, a Clicampo também se dispõe a auxiliar esses varejistas e restaurantes em busca de fornecedores de alto padrão, com itens frescos que seguem certos padrões de qualidade.

Para isso, a Clicampo funciona como um marketplace, um “Mercado Livre” para agricultores familiares, conectando produtores que anunciam seus produtos online e restaurantes e varejistas nas metrópoles. Para acabar com a morosidade e desconexão, a startup também fica a cargo da parte logística, realizando as entregas até o ponto de venda, assim como o gigante de e-commerce citado para fins de comparação.

À frente da startup estão os empreendedores José Miguel Noblecilla, Luiza Batista, Bruno Mengatti e Yuri Janotti, executivos com passagens nas áreas de marketing, vendas tecnologi,a operações e produto de empresas como Rappi, Uber e Wildlife Studios. Já na presidência está Victor Bernardino, filho de um agricultor familiar e uma funcionária com quase três décadas de experiência no setor de restaurantes.

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Segundo Bernardino, CEO da empresa, o público potencial da Clicampo está em torno de 4 milhões famílias de agricultores que encaram certos percalços na produção, incluindo a remuneração castigada pelas ineficiências que podem acontecer ao longo da cadeia. De olho nisso, a Clicampo se compromete a remunerar os produtores numa média até três vezes superior à praticada pelo mercado.

“Após um ano de testes de mercado, esse investimento vem para consolidar nossa proposta de valor e provar que a agricultura nacional de pequeno porte tem um grande potencial rentável para todas as etapas da cadeia, especialmente para as famílias produtoras locais”, diz.

Atualmente, a startup atua nas cidades de Belo Horizonte e Campinas. Uma terceira cidade, também atendida pela Clicampo, não é divulgada pelos fundadores.

Com o aporte, a intenção á investir em novas tecnologias e recuros na plataforma, fortalecer as comunidades de agricultores rurais que já comercializam itens por ali e também chegar a novas praças.  Até o final do ano, a meta  é estar em até cinco cidades do país, e depois crescer 20 vezes nos próximos dois anos. Em termos de volume, a intenção é comercializar cerca de 3.000 toneladas de alimentos frescos por mês.

É um crescimento que será apoiado pela inclusão de novas áreas de atuação e também novos segmentos de venda, como pequenos varejistas, grandes cadeias de restaurantes e startups de supermercados digitais.

“Vamos investir fortemente na sustentação dessa tese, desenvolvendo tecnologias para a plataforma, expandindo nosso time com profissionais altamente talentosos e conectados a esse propósito. Buscamos também criar parcerias de longo prazo com diferentes players do mercado que estão nessa mesma missão”, diz.

Desenvolvimento social

Enquanto mira num público desassistido de opções logísticas e financeiras para escalar suas produções, a Clicampo também pretende assumir um papel social no desenvolvimento econômico de pequenos agricultores do país. Uma das maneiras para isso se dá no apoio a comunidades e pólos produtores especialmente isolados. Um desses locais é a região de Brumadinho, em Minas Gerais.

Por lá, a Clicampo ajuda agricultores da região impactados pela queda da barragem em 2019 em parceria com o projeto Superação Brumadinho, ação conduzida pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES, o Sindicato Rural junto aos agricultores locais e o NovoAgro. A expectativa, segundo a startup, é de impactar até 300 pequenos produtores afetados pelo desastre, permitindo um crescimento de até 40% em sua renda familiar.

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