Moradores relatam gosto ruim na água da Cedae, e governo do Rio convoca reunião

Moradores de diversos bairros do Rio de Janeiro e de municípios da Baixada Fluminense usaram as redes sociais para compartilhar reclamações sobre o gosto e o cheiro da água que abastece suas casas. Alguns relatam que o problema teve início ainda no último fim de semana.

O problema surge um ano depois da crise da geosmina e em meio ao processo de concessão da Cedae, cujo edital foi lançado no fim de dezembro. Diante das queixas, o governador em exercício Cláudio Castro convocou uma reunião de emergência com o presidente e técnicos da Cedae nesta quinta-feira.

Na reunião, segundo informações do “RJTV”, da TV Globo, o presidente da Cedae, Edes Fernandes Oliveira, teria adiantado que o aspecto e o gosto relatados por moradores seriam característicos de geosmina. Mas isso só poderá ser comprovado por meio de dois exames. Um deles fica pronto em três dias e o outro, em sete.

Um dos primeiros a denunciar as alterações na água, no ano passado, o motorista José Airton Amorim Terceiro, de 54 anos, morador de São Cristóvão, contou que, depois de um ano comprando galões de água mineral, parou na semana retrasada. Como achou que o problema estava resolvido, resolveu cortar a despesa com até quatro galões por mês, que chega a R$ 100, e comprou um purificador.

Só que na quarta-feira a mulher dele, Solange Soares, de 44, reclamou que a alteração no cheiro e no sabor tinham voltado. Isso, depois de ela e a filha do casal, de 5 anos, terem reclamado de dor de barriga e diarreia.

“A cor está normal, mas ela reclamou de cheiro e sabor de terra ou barro, mas para mim é de esgoto. A gente economiza de um lado, aí vem a doença e gasta mais de outro”, reclamou o morador, que está isolado em casa, com sintomas de covid-19.

Ele contou que, no ano passado, a mulher pegou uma infecção bacteriana no estômago, e a médica teria constatado em exame (endoscopia) que foi por causa da água consumida. José Amorim não tem ideia de quanto gastou em medicamentos, mas disse que foram vários remédios que custaram entre R$ 80 e R$ 100, cada. O motorista se queixou ainda da falta de uma solução definitiva para o problema.

“Acho uma falta de respeito com a gente que consome e paga a conta. Esta chega sempre antecipada. Já estou aqui com a de fevereiro no valor de R$ 134. Prometeram um desconto que nunca apareceu. Me sinto lesado”.

O problema se repete também na Baixada Fluminense. A pedagoga Letícia Félix Siebra, de 31, moradora no bairro Pauliceia, em Duque de Caxias, reclamou que, há duas semanas, percebeu um cheiro e um gosto que lembram ferrugem na água que cai na torneira de casa. Ela contou que, desde o começo do ano passado, parou de consumir a água da Cedae, que usa apenas para tomar banho, escovar os dentes e para tarefas domésticas.

“Na verdade, desde o início do ano passado quando teve aquele problema (da geosmina) deixamos de consumir a água da torneira e do filtro para beber. Passamos a comprar galão desde aquele período. Porém, no momento de escovar os dentes e do banho a gente usa a água da Cedae que cai na cisterna, no quintal. Aí nesses momentos eu tenho percebido essa diferença, .com um gosto e cheiro de ferrugem, como no ano anterior”, relatou. “A gente percebeu uma melhora, passando aqueles meses iniciais do problema e, agora, há algumas semanas, comecei a sentir essa diferença novamente”.

Letícia acredita que a causa seja a mesma do ano passado:

“Não duvidaria que tivesse acontecendo novamente, porque foi exatamente nesse mesmo período e a mesma percepção que tivemos na ocasião estamos tendo agora”.

Depois de enfrentar os problemas com a água no ano passado, a guia de turismo Rozane Rodrigues, de 34 anos, moradora em Piedade, voltou ter os mesmos problemas nessa semana. Ela já havia suspendido a compra de água mineral, que havia virado uma rotina, quando voltou a notar que a cor, cheiro e gosto da água que sai da torneira estavam diferentes, novamente.

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