As ações da Netflix abrirem em forte queda no pregão desta sexta-feira, mesmo após a companhia apresentar lucro de 720 milhões de dólares no segundo trimestre – o que representa um crescimento anual de 166%. Mas o mercado esperava mais.
Uma das mais beneficiadas pela pandemia que levou as pessoas a se refugiarem em suas casas, as ações da Netflix chegaram, no fim da semana passada, a acumular alta de 70% no ano. Parte da valorização precificava um lucro por ação de 1,82 dólar, mas ficou em apenas 1,59 dólar.
Com as expectativas frustradas, o movimento de “correção” veio forte e os papéis da companhia chegaram a tocar 7,7% de desvalorização na mínima desta sexta-feira, 17. Às 11h20, a queda era de 7,34%.
A empresa também informou que no segundo trimestre, ganhou cerca de 10 milhões de novas assinaturas no mundo, estendendo sua base de clientes em 5,5% para 192,9 milhões. Em termos proporcionais, o maior incremento se deu na região da Ásia e Oceania, onde aumentou a quantidade de assinaturas em 13,4%. Porém, a região. Nos Estados Unidos e Canadá, onde está concentrada a maior quantidade de assinantes, a base de cliente aumentou em 4,2% para 72,9 milhões.
Mas embora continue aumentando a base de novos clientes, a companhia alertou em carta aos acionistas que, passado o choque inicial do coronavírus e das medidas de restrições, o ritmo de crescimento pode diminuir no terceiro e quarto trimestre. “Esperamos que nossas adições líquidas caiam no segundo semestre, à medida que nosso forte desempenho do primeiro semestre adiantou parte da demanda do primeiro trimestre.”
As apostas da companhia para manter o ritmo de crescimento no terceiro trimestre residem em duas das séries de maior sucesso da Netflix, Stranger Things e La Casa de Papel, que terão lançamentos de novas temporadas. No longo prazo, a companhia espera continuar sendo beneficiada pelo maior acesso a redes de internet no mundo e em sua utilidade como forma de entretenimento. “Acreditamos que isso ainda nos dê anos de forte crescimento pela frente”, escreveram em carta aos acionistas.