No mundo do juro zero, Brasil se prepara para alta da Selic | Invest

(Bloomberg) Falar em subir os juros é heresia entre economistas internacionais hoje em dia. Com o coronavírus ainda se propagando e as economias sofrendo, os juros precisam ser mantidos nos menores níveis históricos por muito tempo, segundo o pensamento que é consensual ao redor do planeta — a não ser no Brasil.

Por aqui, os operadores do mercado de juros futuros estão apostando na elevação da taxa básica Selic dos atuais 2% já no mês que vem. Enquanto os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) debatem em que momento começar o aperto, o mercado decidiu que, no mínimo, haverá um acréscimo de 0,25 ponto percentual em março e talvez até de 0,5 ponto.

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Qualquer aumento colocaria o Brasil em posição rara nos dias de hoje. Entre as principais economias do mundo, apenas a Turquia subiu a taxa básica de juros desde o começo da pandemia. Assim como a Turquia, o Brasil enfrenta preocupações que não chegam à maioria dos países: a possibilidade de a inflação avançar em meio a uma depreciação cambial que elevou o custo dos bens importados. O real, com queda de 23%, e a lira turca, com queda de 19%, foram duas das moedas de pior desempenho no ano passado.

No Brasil, o enorme estímulo fiscal foi responsável por grande parte da pressão sobre a moeda. O presidente Jair Bolsonaro lançou um pacote de estímulo de 320 bilhões de reais em 2020 que ampliou o déficit público para 13,7% do PIB e sofre pressão política para transferir mais recursos para os brasileiros em dificuldades. O aumento nos gastos não traz tanta preocupação em outros países latino-americanos com fundamentos econômicos melhores, como Peru e Chile, mas deixa os investidores nervosos quando se trata do Brasil.

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