O que explica o domínio de Flamengo e Palmeiras no futebol brasileiro

O futebol brasileiro tem como forte característica ter vários clubes considerados gigantes pela crítica especializada. Todos os anos diferentes times iniciam a temporada com elencos fortes para disputarem títulos.

Nos últimos anos dois times tem se destacado em campo — e fora dele. Neste sábado, 27, Flamengo e Palmeiras disputam a final da Copa Libertadores, principal competição continental da América do Sul.

Com elencos recheados de grandes jogadores, os dois foram campeões brasileiros por duas vezes nos últimos cinco anos — o único time que venceu o campeonato brasileiro fora esses dois clubes no período foi o Corinthians em 2017. Os dois também são os dois últimos campeões da Libertadores.

Apesar de estarem longe de conquistar o Brasileirão neste ano — o Atlético Mineiro, clube que tem recebido milhões de Rubens Menin, da MRV, para contratação de jogadores, lidera a competição com folga faltando apenas três rodadas — os dois estão entre os três primeiros colocados.

A explicação para a constante boa fase dos clubes vai além de ter bons jogadores e técnicos com esquemas táticos vencedores. Segundo estudo da Sports Value, em parceria com Big Data Sports, empresa líder de análise de dados do esporte na América Latina, o modelo de gestão do clube carioca e paulista explica o domínio dos clubes no futebol brasileiro e sul-americano.  

Palmeiras: Gestão Paulo Nobre e Crefisa

A análise aponta que o Palmeiras começou sua guinada em 2013 –mesmo ano que a equipe disputou a Serie B do Brasileirão — com a gestão do bilionário Paulo Nobre. Com ele, o clube paulista conseguiu levantar grandes quantias de dinheiro com taxas de juros menores do que oferecida por um banco. Isso ajudou o time ficar financeiramente saudável e fazer contratações de jogadores de alto nível.

A inauguração da nova arena, o Allianz Parque, em 2015 também colaborou para o aumento das receitas. Mais recentemente, o fator Crefisa também fortaleceu o clube. A patrocinadora do clube “investe” no clube com patrocínio até quatro vezes maior que dos rivais, além de já ter colaborado na contração de jogadores e pagamentos de salários. A presidente da empresa, Leila Pereira, foi eleita a nova presidente do clube. 

 (Pool / Equipe/Getty Images)

Na última temporada, o Palmeiras adotou uma postura austera, sem grandes contratações e com os investimentos na base para formar jogadores, estratégia que funcionou durante a pandemia. No título do ano passado, as “crias da Academia”, como os meias Gabriel Menino e Patrick de Paula, se destacaram. O atual valor de mercado de todo o elenco do clube é de 148,6 milhões de euros, segundo o levantamento. 

Flamengo: gestão com práticas empresariais e restruturação financeira

O clube com a maior torcida do país — quase 40 milhões de pessoas — estava até 2013 cheio de dívidas e envolvo em má gestão, com baixa arrecadação e falta de controle orçamentário. Segundo o estudo, a virada de patamar do clube começou quando um grupo de empresários liderados por Antonio Bandeira de Melo ganharam as eleições no clube e criaram um plano de longo prazo para restruturação econômica/financeira.

Mesmo sem conquistas a curto prazo, o foco na prática de gestão empresarial foi mantido. O clube conseguiu pagar dívidas e recuperou a credibilidade como instituição. Com a maximização das receitas de marketing, patrocínio, transferências de jogadores e aumento das receitas de bilheteria, o clube conseguiu formar um elenco de jogadores de alto nível para disputar títulos. O atual valor de mercado de todo o elenco do clube é de 143,2 milhões de euros, segundo o levantamento. 

Flamengo v Palmeiras - Supercopa do Brasil 2021

 (Buda Mendes/Getty Images)

Após ser exemplo de restruturação, os planos da diretoria do clube é implementar uma estrategia global. O Flamengo quer ser dono de outros clubes no mundo, como foco inicial Europa. Caso o plano dê certo, o clube carioca irá seguir o exemplo de gigantes europeus, como o Manchester City.

Com gestões que conseguiram passar pela pandemia com queda de arrecadação pelos estádios vazios — estima-se que os clubes brasileiras perderam 1 bilhão de reais e elevaram dívidas — e ainda continuar disputando títulos, os clubes focam na decisão para ver em campo quem é o melhor.

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