Open banking tem desafio de marketing à frente

Por Maxnaun Gutierrez*

Em poucas semanas, os brasileiros poderão decidir se compartilham com instituições financeiras seus dados cadastrais e informações sobre transações em suas contas, cartão de crédito e produtos de crédito contratados. Em 15 de julho, começa, no Brasil, a segunda fase do open banking, plataforma baseada em uma infraestrutura tecnológica que permitirá ao cliente compartilhar seus dados com uma grande variedade de instituições financeiras.

O novo sistema é transformador. Pela primeira vez, uma estrutura oficial se ergue no segmento financeiro para dizer que os dados que os clientes cedem às empresas são de propriedade dos próprios clientes, e não das empresas.

Hoje, um banco ou uma instituição de pagamento não consegue saber como um consumidor se relaciona com outras empresas do sistema bancário brasileiro. O histórico que o cliente constrói com a instituição não o acompanha quando ele parte para outra. Difícil saber, por exemplo, se ele é um bom pagador ou quanto de crédito teve aprovado em outra instituição. Segundo o Banco Mundial, cerca de 20% dos adultos no Brasil não têm informações disponíveis nos birôs privados de crédito.

Com o open banking, essa dificuldade em conhecer o consumidor tende a ser imensamente reduzida. Nos casos em que o consumidor autorizar, por um período determinado e uma finalidade específica, ele poderá simplesmente carregar suas informações de uma instituição financeira para outra, caso enxergue vantagens nisso.

O principal benefício para o cidadão, como defendem as entidades que estão implementando o open banking em diversas partes do mundo, é a possibilidade de ter acesso a ofertas de produtos e serviços mais adequados ao próprio perfil, a custos mais acessíveis e de forma ágil e segura.

Para os estudiosos do tema, empreendedores interessados em criar novos serviços financeiros e em especial para as instituições financeiras que buscam avançar na relação com clientes que pouco conhecem, isso tudo desperta entusiasmo.

Na mesma medida em que é descrito como “revolucionário” por especialistas, o open banking é um total desconhecido dos brasileiros. A poucas semanas de ser implementado, a realidade é que o consumidor ainda não entendeu o novo sistema.

Segundo pesquisa C6 Bank/Ipec, 56% dos brasileiros com acesso à internet não conhecem ou nunca ouviram falar sobre o open banking. Quando apresentados a alternativas para definirem o novo sistema, 37% dos entrevistados disseram que o open banking é um novo banco digital; 23% não souberam definir, outros 12% acreditam se tratar de agências bancárias abertas 24 horas por dia e 1% disse que é um evento com comida e bebida liberadas.

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