Operação no Jacarezinho é a mais letal da História do Rio

Agências O Globo e Estadão — Com 25 mortes, a operação realizada pela Polícia Civil no Jacarezinho foi a ação policial mais letal da História do estado do Rio. Um agente morreu no confronto. Um levantamento feito pelo GLOBO com base nos microdados do Instituto de Segurança Pública (ISP) revela que, desde 2007, apenas um dia registrou uma quantidade de mortes decorrentes de intervenção policial maior do que as ocorridas nesta quinta-feira na favela da Zona Norte: 15 de outubro do ano passado, quando foram computados 25 homicídios em ações policiais. Esse total, entretanto, referia-se a oito ações diferentes espalhadas pelo estado.

A segunda ação policial com maior número de mortos aconteceu em 2007, no Complexo do Alemão. Ao todo, 19 pessoas foram mortas na ocasião. No entanto, nem todos os homicídios foram registrados como mortes decorrentes de ação policial, já que 13 corpos foram recolhidos pela própria polícia, e outros seis cadáveres foram deixados à noite numa van em frente à 22ª DP (Penha). A operação reuniu 1.350 policiais, entre civis, militares e soldados da Força Nacional.

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O segundo dia com mais casos de mortes pela polícia foi 2 de agosto de 2018, quando 21 pessoas foram mortas em 11 operações diferentes espalhadas pela Região Metropolitana. O terceiro dia foi 8 de fevereiro de 2019, ocasião em que 18 pessoas foram mortas em ações policiais. Treze das vítimas foram mortas pela PM dentro de uma casa no Morro do Fallet, na Região Central do Rio. O inquérito que investigou o caso foi arquivado em abril passado.

Já uma chacina durante uma operação da Polícia Civil em 1994 levou o Brasil a ser condenado na Corte Interamericana, em 2017. Foi a primeira vez que o país foi julgado e considerado culpado pelo tribunal internacional por não punir a violência policial. Na ocasião, 13 pessoas foram mortas no Complexo do Alemão. Apesar de as provas periciais apontarem para a execução das vítimas — uma delas, o protético Evandro de Oliveira, foi morta com um tiro em cada olho —, o caso só foi denunciado à Justiça em maio de 2013. Quatro policiais civis e dois militares foram reconhecidos como os responsáveis por capturar as vítimas, ainda com vida, em suas casas, e são réus pelos crimes.

A operação desta quinta-feira deixou também pelo menos cinco feridos até o início da tarde — entre os quais dois agentes alvejados durante o confronto, uma pessoa baleada no pé dentro de casa e dois passageiros atingidos por estilhaços no metrô. O impacto se estendeu até o entorno da comunidade, paralisando a circulação do trem e do metrô e impedindo o funcionamento de três unidades municipais de saúde próximas.



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