Os resultados da Hapvida em meio ao coronavírus. Há espaço para otimismo?

A operadora de saúde Hapvida divulga resultados do quarto trimestre de 2019 nesta quarta-feira, 25, em meio à crise causada em todo o país pelo novo coronavírus. A divulgação dos resultados estava prevista para ocorrer na segunda-feira, 23, mas foi adiada em dois dias por conta da pandemia. As ações da companhia caíram 39% desde janeiro, acompanhando a queda do Ibovespa no período.

O cenário em todo o setor é nebuloso. Na terça-feira, 24, a Agência Nacional de Saúde (ANS) afirmou que irá sugerir às operadoras de planos que não cancelem ou suspendam contratos durante o período de pandemia. Por lei, as empresas podem suspender ou rescindir os contratos em caso de não pagamento da mensalidade por 60 dias.

A agência estuda formas de facilitar o investimento na ampliação de leitos e de unidades ambulatoriais a pacientes com coronavírus por parte das operadoras, o que pode incluir uma verba de 15 bilhões de reais e maior liberdade para as empresas do ramo movimentarem ativos garantidores.

Desde o início da crise do cornavírus, a Hapvida criou um comitê com médicos da gestão e infectologistas que discute as atualizações sobre o coronavírus diariamente. A rede está ampliando o estoque de materiais como luvas, máscaras e álcool em gel. Também tem distribuído cartazes, peças informativas e divulgado informações e orientações sobre o vírus em suas unidades e nas redes sociais.

Os impactos da pandemia para a sinistralidade e os resultados das operadoras ainda é incerto. No início do mês, a avaliação de analistas do Bradesco BBI era de que o impacto para as empresas do setor de saúde com capital aberto, como Hapvida e Grupo Notredame Intermédica, seria improvável. “Para que haja um impacto relevante, o vírus precisaria atigir uma parte considerável da população brasileira e, de acordo com as informações que temos até agora, ele ataca principalmente os idosos de forma mais perigosa”, disseram os analistas do banco em relatório divulgado no dia 10 de março.

Em relatório do dia 5 de março, analistas do banco BTG Pactual destacavam que uma vantagem da Hapvida no cenário atual é a sua maior concentração nas regiões Norte e Nordeste, menos afetadas pelo vírus. Mas o cenário da pandemia muda rápido. Hoje já há casos confirmados da doença em todos os estados brasileiros.

Após abrir capital em 2018, a Hapvida foi às compras em 2019. Em maio do ano passado comprou o Grupo São Francisco, de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, por 5 bilhões de reais. A aquisição foi aprovada pelo Cade, órgão de defesa da concorrência, em setembro, e marca a entrada da Hapvida no Sudeste. Em junho, fechou acordo para aquisição do Grupo América, de Goiás, por 426 milhões de reais, processo que foi concluído em dezembro.

Os resultados mais recentes indicam uma trajetória de crescimento e boas notícias para a empresa. No segundo trimestre de 2019, a companhia apresentou lucro líquido de 277 milhões de reais, alta de 51,4% em comparação com o mesmo período no ano anterior. No terceiro trimestre, obteve lucro de 212,4 milhões de reais, aumento de 12% em relação a 2018. Os resultados divulgados hoje vão indicar se o ano passado terminou em alta para a empresa. Se sim, a Hapvida pode ter mais fôlego para atravessar as incertezas de 2020.


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