Bolsas internacionais voltam apresentam quedas significativas na manhã desta terça-feira, 24, após o bom humor que tomou o mercado no início da semana ter se esvaído. Apesar das esperanças sobre um possível alívio tarifário de produtos importados da China para os Estados Unidos, preocupações sobre altas de juros e seus impactos no crescimento econômico falam mais alto.
O índice Nasdaq, composto pelas principais empresas de tecnologia dos Estados Unidos, volta a liderar as perdas do mercado de futuros americano, caindo quase 2% nesta manhã. O S&P 500 e o Dow Jones futuros caem cerca de 1%. O clima também é negativo na Europa, onde investidores digerem os Índices de Gerente de Compras (PMIs, na sigla em inglês) divulgados nesta madrugada.
O relatório mensal de atividade econômica mostrou aceleração das principais economias do continente, mas os números saíram abaixo das expectativas. O PMI composto da Zona do Euro ficou em 54,9 pontos ante consenso de 55,3. O PMI de serviços foi de 56,3 pontos contra projeções de 57,5 pontos.
Apesar da atividade abaixo do esperado na Europa, o euro segue ganhando força contra o dólar, após a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, ter sinalizado que os juros do continente sairão do patamar negativo até setembro. Investidores aguardam o discurso de Lagarde previsto para esta tarde, no Fórum Econômico de Davos.
No Brasil, o dado mais importante do dia será o IPCA-15 de maio, para o qual as expectativas do mercado são de 0,45% de alta.
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Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):
- Hang Seng (Hong Kong): – 1,75%
- SSE Composite (Xangai): – 2,41%
- FTSE 100 (Londres): – 0,19%
- DAX (Frankfurt): – 0,84%
- CAC 40 (Paris): – 0,97%
- S&P futuro (Nova York):- 1,05%
- Nasdaq futuro (Nova York): – 1,64%
- Petróleo Brent (Londres): – 0,43% (para US$ 110,29)
Petrobras troca presidente e desaba na bolsa
Mas o principal assunto do mercado brasileiro será nova a troca de residente da Petrobras anunciada na última noite.
José Mauro Ferreira Coelho, escolhido para assumir a presidência da companhia em abril, será substituído por Caio Mario Paes de Andrade, atualmente secretário de desburocratização do governo e, diferentemente de seu antecessor, não tem experiência no setor.
A troca de nomes ocorre em meio aos sucessivos aumentos do preços de combustíveis pela Petrobras e a poucos meses das eleições presidenciais. O maior temor de investidores é de que a política de paridade internacional de preços da companhia seja ameaçada pelas ingerências na estatal.
As ADRs da estatal negociadas em Nova York desabam 12% nesta manhã, em meio às desconfianças sobre o futuro da companhia nas mãos do novo indicado pelo governo. A queda — se confirmada na abertura dos negócios na B3 — tem um potencial devastador para o Ibovespa. Vale lembrar que a estatal é a segunda maior empresa da bolsa em peso no índice.
Rateio no Inter
O Inter informou que os pedidos para cash out (saque) previsto na mudança reorganização societária para listagem na Nasdaq superou o limite estabelecido de R$ 1,131 bilhão. Dessa forma, foi estabelecido um rateio na razão de 21,5% do total de ações do Inter com as quais tenham aderido ao cash out.
Segundo o Inter, investidores com 1.000 units do banco (BIDI11) e que tenham pedido cash out receberão R$ 12.481 mais 392 BDRs do Inter.