Petrobras: presente incerto, futuro também | Invest

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Plataforma de extração de petróleo da Petrobras: companhia perde valor de mercado e a chance de capitalizar o rali no preço do petróleo agora. Além disso, investe pouco em energias renováveis, que deverão crescer daqui para frente (Germano Lüders/Exame)

Em um dia, a Petrobras perdeu 74 bilhões de reais em valor de mercado. Nesta segunda-feira, as ações ordinárias e preferenciais da petroleira brasileira despencaram 21,51% e 20,48%, respectivamente, na esteira da troca de comando e de ameaças de ingerência na empresa por parte do presidente Jair Bolsonaro.

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Num momento em que as cotações internacionais do petróleo sobem com a perspectiva de retomada econômica (os preços dos contratos futuros acumulam alta de 70% desde novembro), o que representa um cenário positivo para qualquer petroleira, a Petrobras corre o risco de não aproveitar o rali da commodity.

Ao mesmo tempo, sofre com uma crise de confiança por parte dos investidores, que questionam o futuro da companhia pela falta de um “plano alternativo” ao petróleo, como suas maiores concorrentes estão fazendo ao apostar na diversificação do portfólio para o lado das energias renováveis.

Imobilizada em meio a eternas disputas políticas, o que a Petrobras parece estar fazendo é abrindo mão de ganhos no presente e, ao mesmo tempo, desperdiçando o futuro.

Ingerência política

A saída de Roberto Castello Branco e a nomeação do general Joaquim Silva e Luna para o posto de CEO, anunciada há dois dias pelo presidente, foi vista por investidores e analistas como uma tentativa de contenção “na marra” dos preços dos combustíveis. Aparentemente, a ideia do governo é “descolar” o valor da gasolina e do diesel nas bombas das cotações internacionais da commodity.

Não seria a primeira vez que a política de preços da Petrobras sofreria intervenção: essa condução no governo Dilma levou a petroleira a um prejuízo de 100 bilhões de reais entre 2014 e 2016. O uso populista da petroleira não poderia vir em pior hora.

Há uma janela de oportunidade aberta para as petroleiras atualmente. No curtíssimo prazo, os preços do petróleo devem avançar, ao menos até o final deste ano, segundo relatório da EXAME Gavekal. O petróleo tipo Brent – que serve de referência para os negócios da Petrobras – estava cotado a quase 66 reais nesta segunda-feira, uma alta de cerca de 30%.

A médio prazo o setor deve ser positivamente impactado pelo crescimento da demanda, que, apesar do avanço das renováveis e da eletrificação dos transportes, deve seguir em alta. Dados da consultoria S&P Global Platts mostram que, até 2045, a demanda por petróleo crescerá 9,4% no mundo.

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