Powell diz que “tensão” entre empregos e inflação é maior desafio do Fed | Invest

Resolver a “tensão” entre inflação alta e desemprego ainda elevado é a questão mais urgente que o Federal Reserve enfrenta no momento, disse o chair do Fed, Jerome Powell, nesta quarta-feira, um reconhecimento direto de que os dois principais objetivos do banco central americano estão em possível conflito.

“Essa não é a situação que temos enfrentado há muito tempo e é uma situação em que existe tensão entre nossos dois objetivos… A inflação está alta e bem acima da meta, e ainda assim parece haver ociosidade no mercado de trabalho”, disse Powell durante fórum do Banco Central Europeu (BCE), fazendo aparente referência ao surto de “estagflação” dos Estados Unidos na década de 1970, que combinou alto desemprego e preços em rápida ascensão.

Os EUA ainda carecem de 5 milhões de empregos em relação aos patamares pré-pandemia. Em sua última reunião de política monetária, as autoridades do Fed elevaram suas projeções de inflação para este ano para 4,2% — mais do que o dobro da meta de 2%. Elas esperam que a alta dos preços desacelere em 2022 para 2,2%, taxa modestamente mais alta do que projeções anteriores divulgadas em junho.

Powell disse que a “hipótese” do Fed é de que a inflação vai arrefecer por conta própria conforme a economia global volta ao normal depois da reabertura econômica pós-pandemia, cenário-base que permite ao chair do Fed se referir a aumentos de juros como ainda “muito distantes”.

Mas, questionado sobre suas maiores preocupações no momento, Powell citou possibilidade de que o Fed enfrente um trade-off (conflito de escolha) que estava buscando evitar entre encorajar o crescimento do emprego com uma política monetária expansionista ou ser forçado a apertar as condições financeiras para controlar a alta dos preços.

“Passar por isso nos próximos dois anos é a maior e mais importante prioridade e será muito desafiador”, disse Powell em evento com a participação dos presidentes dos bancos centrais da zona do euro, do Japão e do Reino Unido.

Os comentários desta quarta estão entre os mais diretos que o chair do Fed fez até agora sobre uma possibilidade que as autoridades têm tentado minimizar: a inflação elevada atual, se persistir, pode forçá-las a começar a apertar a política monetária antes de atingirem a meta do “pleno emprego” e curarem totalmente as cicatrizes pandêmicas do mercado de trabalho.



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