Redução de pena para os presos e economia para o poder público em reformas de escolas estaduais. Esses são os objetivos do projeto Mãos Amigas, que utiliza a mão de obra dos detentos para reparos, manutenção e pequenos consertos nos colégios do Paraná.
O projeto é desenvolvido pelo Governo do Estado, por meio de parceria entre o Fundepar (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional), Secretaria de Estado da Segurança Pública, e pelo Depen (Departamento Penitenciário).
Ao todo, o projeto beneficiou 636 escolas em todo Paraná, sendo 416 somente em Curitiba e região metropolitana. Apenas presos que estejam no regime semiaberto e que tenham bom comportamento podem ser aceitos no processo de seleção.
Os detentos fazem desde serviços de pintura e jardinagem até obras emergenciais, como troca de telhas e forros. Além de Curitiba e região metropolitana, o projeto atende escolas de Ponta Grossa, Londrina, Maringá, Cascavel, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão e Guarapuava.
Para o coordenador do projeto, Nabor Bettega Júnior, do Instituto Fundepar, a ação ajuda a reinserir o preso no mercado de trabalho. “Eles recebem capacitação e passam a fazer um trabalho de cidadania, indo ao encontro de sua real vocação e habilidades, promovendo participação ativa na sociedade”, avalia Bettega Júnior.
Todos os detentos que participam do projeto recebem mensalmente R$ 748,50 (20% fica retido em uma poupança individual e o restante é destinado para sua família). Além disso, a cada três dias trabalhados nas escolas, os presos retiram um dia de sua pena.
Desde a sua criação em 2012, passaram mais de 600 presos pelo projeto e o índice de reincidência é zero. “Nunca tivemos reincidência, todos que passaram por aqui conseguiram entrar no mercado de trabalho e geralmente aparecem para agradecer. Os resultados são muito positivos” enfatiza Nabor.