Promotora que fez campanha para Bolsonaro se afasta do caso Marielle

O MP disse que os pais de Marielle Franco e a viúva de Anderson Gomes defenderam a permanência de Carmen Eliza à frente do processo penal

A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, do Ministério Público do Rio de Janeiro, pediu nesta sexta-feira (1º) para se afastar das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, mortos em 14 de abril de 2018.

Em carta aberta, ela disse ter sofrido “lamentáveis tentativas de macular minha atuação séria e imparcial, em verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica”, após ter sido revelado que ela havia apoiado a campanha do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro.

A promotora defendeu ter exercido o artigo 5º da Constituição, “que garante a livre manifestação de minha opção política e ideológica” e que, apesar de ser promotora, ela “não perde a sua qualidade de cidadão”.

Leia na íntegra a nota de esclarecimento de Cármen Eliza

O Ministério Público do Rio de Janeiro também divulgou uma nota, em que “reconhece o zeloso trabalho” da promotora. O MP disse que os pais de Marielle Franco, Marinete da Silva e Antônio Francisco da Silva, e a viúva de Anderson Gomes, Agatha Arnaus Reis, defenderam a permanência de Carmen Eliza à frente do processo penal.

A promotora avaliou que a repercussão alcançou “seu ambiente familiar e de trabalho” e “optou voluntariamente por não mais atuar no caso”.

Ela havia participado da coletiva de imprensa na qual o MP afirmou que o porteiro do condomínio Vivendas da Barra mentiu ao citar que fora o presidente Jair Bolsonaro quem havia autorizado a entrada de Élcio Vieira de Queiroz no condomínio em que moram Ronnie Lessa e Bolsonaro.

O MP também esclareceu que as investigações que apontaram os executores de Marielle Franco e Anderson Gomes foram conduzidas pelas Promotoras de Justiça Simone Sibilio e Letícia Emile Petrizm, do Gaeco.

Segundo o MP, Carmen Eliza passou a atuar na ação penal em que Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são réus após as investigações, sendo designada “por critérios técnicos, pela sua incontestável experiência e pela eficácia comprovada de sua atuação em julgamentos no Tribunal do Júri”.

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