Quarentena de duas semanas em SP deve gerar prejuízo de 500 mi ao Paraná

O estado de São Paulo é destino de 45% de todas as vendas do Paraná. Qualquer medida que o estado mais rico do Brasil adote para conter a pandemia de covid-19 afeta também o estado vizinho. Na estimativa – otimista – do secretário de Fazenda e Receita do Paraná, Renê de Oliveira Garcia Júnior, as duas semanas em que São Paulo fica na quarentena mais restrita devem gerar uma perda, ao lado paranaense, de 500 milhões de reais em arrecadação.

Somente em 2020, com todas as restrições na economia paulista, o prejuízo com a diminuição nos volumes nas vendas do Paraná somou 1,5 bilhão de reais, sendo a maior parte em combustíveis. Mesmo assim, o estado do Sul conseguiu ir na contramão do tombo de 4,1% do PIB brasileiro, e registrar um crescimento de 0,1% no ano passado.

Segundo o secretário, para conseguir evitar uma recessão, o governo estadual implementou uma série de medidas de contenção de gastos e, mais recentemente, sancionou duas leis, a de Qualidade e Responsabilidade Fiscal e a lei Estadual da Liberdade Econômica. O objetivo é garantir equilíbrio fiscal, sem comprometer o caixa o estado, e estimular os negócios. 

Outra medida foi criar o Fundo de Recuperação e Estabilização Fiscal do Paraná, vinculado à Secretaria de estado da Fazenda, com a finalidade de atenuar os efeitos decorrentes de recessões econômicas ou desequilíbrios fiscais e de prover recursos para situações de calamidade pública.

Economista, doutor e mestre em economia pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, Renê de Oliveira Garcia Júnior já foi presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e coordenador de projetos do Instituto Brasileiro de Economia. Assumiu a secretaria de Fazenda do Paraná há dois anos e logo depois do seu primeiro ano no cargo veio o maior desafio: a pandemia de covid-19. 

Defensor de um estado liberal e mínimo, acredita que a função de um governo é “não atrapalhar a economia”. Está de olho nas reformas Administrativa e Tributária, que estão em tramitação no Congresso Nacional. Veja os principais trechos da entrevista exclusiva que ele concedeu à EXAME.

Secretário de Estado da Fazenda do Paraná, Renê de Oliveira Garcia Junior.

Secretário de Estado da Fazenda do Paraná, Renê de Oliveira Garcia Junior. (Arnaldo Alves / Governo do PR/Divulgação)

Como o Paraná conseguiu ir na contramão do Brasil e não entrar em recessão?

Isso está relacionado com dois setores que tiveram um ano muito bom e que são a base da economia paranaense. O agronegócio bateu recorde de safra, e a exportação também foi muito boa. A outra foi que logo nisso da pandemia a produção industrial chegou a cair 27% no mês de maio, mas ela voltou ao longo do final do segundo semestre de 2020, e foi responsável por por essa retomada, principalmente pela busca de empregos mais qualificados. O Paraná é o segundo estado em geração de emprego formal [saldo positivo de 52.670 em 2020], então é a cooperação desses dois setores. A participação no setor de serviços é pequena, por isso o resultado não foi ruim.

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