Quem é José Mauro Coelho, indicado do governo para comandar a Petrobras

Indicado pelo governo para assumir a presidência da Petrobras nesta quarta-feira, José Mauro Coelho era funcionário concursado da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), onde chegou à diretoria, e foi secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME).

O governo indicou ainda Márcio Weber, atual conselheiro da estatal, para ser o próximo presidente do Conselho de Administração da estatal.

José Mauro pediu demissão do cargo em outubro do ano passado, após pouco mais de um ano na função, no mesmo dia em que houve uma debandada no Ministério da Economia. Na ocasião, o MME justificou que a saída foi justificada por decisão pessoal e que o secretário cumpriria uma quarentena profissional antes de migrar para a iniciativa privada, mas ele acabou não assumindo nenhuma função, a não ser a presidência do Conselho de Administração da PPSA.

A indicação de José Mauro ao comando da Petrobras ocorre dois dias após a desistência de Adriano Pires, em razão de conflito de interesses. O atual presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, foi demitido do cargo na semana passada por insatisfação de Bolsonaro com o preço dos combustíveis.

Jose Mauro Coelho defende a política de preços da Petrobras?

Pelo seu histórico, a tendência é de que o novo presidente da Petrobras mantenha a defesa da atual política de preços da estatal. Quando ainda era secretário do MME, e antes mesmo da crise de preço e abastecimento do petróleo, causada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, Coelho já era chamado para explicar como funcionava a política de preços de combustíveis.

Em uma entrevista no fim do ano passado ao programa “Brasil em Pauta”, ele afirmou que o aumento dos preços dos combustíveis e da energia é uma tendência mundial, ou seja, não se restringiam à realidade brasileira.

— Os combustíveis são derivados do petróleo, que é uma commodity precificada em dólar no mercado internacional. Se o preço do petróleo aumenta, o dos combustíveis aumenta também — afirmou.

Essa é a explicação que o governo usa para justificar as elevações dos preços dos combustíveis, incluindo gasolina e gás de cozinha, para o consumidor. Outra razão para essa dependência do mercado internacional é que o Brasil, apesar de investimentos feitos em refinarias de petróleo, é um grande importador desses produtos e os preços no mercado doméstico precisam ser competitivos.

— Se assim não fosse, não teríamos nenhum agente econômico com vontade de trazer derivados de petróleo para o mercado doméstico e isso traria desabastecimento para o país — ressaltou.

Coelho também apontou dois outros fatores bastante conhecidos. Um deles é que o petróleo é precificado no mercado internacional e está diretamente relacionado com o câmbio, ou seja, dólar x real. Por isso, o que acontece na cotação do produto tem impacto no mercado doméstico.

O segundo argumento, bastante explorado pelo presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, é a cobrança do ICMS, imposto estadual. Ele explicou que, enquanto a tributação federal corresponde a um valor fixo por litro, o ICMS é um percentual sobre o preço final do combustível.

—O ICMS tem o potencial de aumentar ainda mais o preço. É um efeito cascata: o combustível aumenta e o valor do ICMS em relação ao litro aumenta também — disse.

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