Quem são os novos investidores da bolsa de valores

Com os juros mais baixos da história, o investimento em ações vem cada vez mais fazendo parte do cotidiano de um público que não era acostumado a essas aplicações.

Segundo uma pesquisa da B3, a fatia de aplicadores de 25 a 39 anos subiu de 19% para 49% desde 2013. As mulheres investidoras em ações, passaram de 100 mil para 500 mil no período. Em março, 30% dos investidores que fizeram a primeira compra de ações aportaram até 500 reais na bolsa, indicando que até o público de renda mais baixa começou a investir.

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Diferente do que se esperava esses novos pequenos investidores não realizaram prejuízos quando a bolsa derreteu na pandemia. Pelo contrário: 500 mil pessoas entraram no mercado, elevando para 1,9 milhão o número de brasileiros que investem em ações. Mais informados, muitos citam a influência de Youtubers especializados em investimentos, além de conteúdo educativo disponível na internet, como principais motivadores para estrearem na bolsa, mais até do que a Selic a 3% ao ano. 

Além de não realizar o prejuízo, esses pequenos investidores brasileiros compraram mais R$ 35,3 bilhões em papéis no período, ensaiando estratégias de curto prazo e até day trades. Enquanto no ano passado 500 mil pessoas faziam negócios pelo menos uma vez ao mês, essa quantidade subiu para 900 mil entre janeiro e fevereiro e alcançou 1,3 milhão em março. Justamente o mês em que a bolsa precisou acionar o circuit braker.

Confira abaixo o perfil e a história de investidores que passaram a investir em ações recentemente:

Influencer da comunidade

Favelado Investidor. É assim que Murilo Duarte, de 25 anos, se apresenta no YouTube. Com  80 mil seguidores, ensina que para investir na bolsa de valores não é necessário ter uma grande quantia de dinheiro.

Morador de um bairro da periferia de São Paulo, ele começou a investir na bolsa há cinco anos com apenas 100 reais. Na época, comprou três ações da Itaúsa, holding que controla o Itaú Unibanco. “Eu queria aprender a investir. Queria saber como funcionava a compra de ações. Era mais um teste.”

Apesar do interesse pelo mercado acionário, Duarte deixou a bolsa para segundo plano e optou por montar sua reserva de emergência investindo mensalmente no Tesouro Selic. “Ali eu sabia que eu tinha segurança e rentabilidade”, diz. Na época, a taxa Selic estava em 14,5% ao ano e os investimentos em renda fixa eram atraentes ao investidor.

A reserva demorou dois anos para ser finalizada. Nesse período, o jovem que estudava ciências contábeis na faculdade aprendeu a ler balanços financeiros de empresas e passou a estagiar na área de auditoria fiscal. “Minha segurança veio quando eu peguei o balanço da Itaúsa e entendi. Muito diferente do que aconteceu quando comprei ações pela primeira vez”, lembra. Com o conhecimento como aliado, Duarte passou a ler livros sobre o mercado financeiro e a acompanhar vídeos pela internet.

Munido de informações, começou a investir em ações mensalmente. Do salário, ele separava de R$ 500 a R$ 800 para comprar papéis dos setores da construção civil, varejo e elétrico. “Eu deixava o dinheiro separado em caixa. Quando o papel que eu estava acompanhando desvalorizava, era a hora de comprar”, afirma.

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