Reunião de emergência discute corte na produção global de petróleo

Está marcada para hoje à tarde (9) uma reunião de emergência da Opep+, que reúne a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), liderada pela Arábia Saudita, e outras nações produtoras, entre elas a Rússia e o Brasil.

A reunião, que será realizada por teleconferência por causa da pandemia do coronavírus, pretende discutir um possível corte na produção global do petróleo, cujas cotações vêm caindo em função da guerra de preços entre sauditas e russos – situação agravada pela diminuição da demanda provocada pela covid-19.

O preço do barril do tipo Brent chegou a cair abaixo de 20 dólares, uma queda de mais de 60% em relação ao pico registrado em janeiro.

A reunião de hoje deveria ter acontecido na última segunda-feira, mas foi adiada por falta de acordo entre os principais países produtores. O que dificulta um acordo é o xadrez geopolítico por trás da guerra de preços.

Antigos aliados, os sauditas e os russos romperam a parceria no início de março, quando Riad propôs um corte de produção global para segurar os preços diante da queda na demanda causada pela pandemia. A proposta foi recusada por Moscou. Em resposta, os sauditas aumentaram a produção e passaram a vender seu petróleo com desconto, derrubando ainda mais os preços globais.

Segundo alguns analistas, a Rússia decidiu apostar na queda dos preços para prejudicar os Estados Unidos, o maior produtor de petróleo do mundo, mas cujos custos de produção são mais elevados, o que o torna mais vulnerável a uma queda prolongada de preços.

A Arábia Saudita diz que não vai assumir a maior fatia no corte de produção mundial, como já ocorreu no passado. Tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia dizem que os Estados Unidos também precisam entrar com uma cota de sacrifício. Já o presidente Donald Trump declarou na segunda-feira que, na prática, a produção americana de petróleo vem caindo por causa da pandemia.

A ideia da reunião extraordinária da Opep+ é discutir um corte conjunto na produção que pode chegar a 10 milhões de barris por dia. Mesmo que os países cheguem a um acordo, alguns analistas avaliam que o mercado continuará com excesso de oferta, uma vez que os estoques mundiais estão elevados e não há previsão de quando a pandemia do coronavírus irá se estabilizar. A estimativa é que, por causa da propagação do vírus, a demanda global por petróleo possa diminuir em até 25 milhões de barris por dia, o que corresponde a um quarto do consumo em tempos normais.


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