RJ vê espaço para acordo sobre concessão do Santos Dumont, diz secretário

Após o Ministério da Infraestrutura decidir mudar a sétima rodada de concessões de aeroportos, deixando separado o Santos Dumont, no Rio, o governo estadual fluminense vê espaço de negociação para chegar a um acordo com o governo federal, mesmo que leve a atrasos no leilão. Segundo o secretário de Estado da Casa Civil, Nicola Miccione, o acordo não poderá abrir mão de ajustar o modelo de concessão para limitar a capacidade máxima de passageiros prevista para o terminal, principal mudança reivindicada por autoridades locais e entidades empresariais do Rio.

A separação do Santos Dumont dos demais blocos de aeroportos foi vista no governo do Rio como positiva para as negociações. Na quarta-feira, 2, dois dias após anunciar o redesenho de blocos que deixou o Santos Dumont à parte, o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, manteve a previsão de realizar o leilão da sétima rodada em junho, “no mais tardar em julho”.

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Miccione crê que é possível fazer os ajustes dentro do cronograma atual, mas não descartou atrasos. “Se não der tempo dos aperfeiçoamentos da modelagem, temos que repensar prazos. Não tem o menor sentido não ter o atendimento técnico”, disse o secretário.

A sétima rodada de concessões de aeroportos prevê a privatização da operação de 16 terminais ainda sob gestão da estatal Infraero incluindo Congonhas, em São Paulo, e o Santos Dumont. O edital de concessão, que exige R$ 8,6 bilhões em investimentos, foi aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em dezembro, dias antes do Natal. Agora, está sob análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

Desde a fase de consulta pública do edital, representantes do Rio alertam que a expansão da capacidade de voos do Santos Dumont, prevista no modelo de concessão, implica concorrência desleal para o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, como revelou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em outubro passado. Um dos maiores do País, o terminal internacional concedido em 2013 e hoje sob gestão da operadora Changi, de Cingapura vem perdendo voos, em parte, porque sua localização e acesso são piores do que os do Santos Dumont.

Diante das reclamações dos representantes do Rio, o Ministério da Infraestrutura fez ajustes considerados insuficientes. Ampliou o prazo para a expansão da capacidade do Santos Dumont e sinalizou com a possibilidade de investir os recursos da outorga a ser paga à União pelo operador privado que vencer o leilão na melhoria da mobilidade urbana de acesso ao Galeão.

Em meados de janeiro, o ministério criou um grupo de trabalho para tratar de ajustes no modelo de concessão. Nesta semana, anunciou a decisão de redesenhar a divisão em blocos dos 16 aeroportos da sétima rodada, deixando o Santos Dumont sozinho. O grupo de trabalho tem até meados deste mês para concluir as propostas de ajustes, paralelamente à análise do TCU.



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