Santos Cruz evita críticas ao governo em audiência na CPMI das Fake News

General deixou o governo em junho após uma enxurrada de ataques virtuais de apoiadores da chamada “ala ideológica” do governo

São Paulo – A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Fake News recebeu nesta terça-feira (26) o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo Bolsonaro.

O requerimento foi realizado pelo senador Rogério Carvalho (PT) e pelo deputado Marcelo Ramos (PL) e a audiência durou cerca de 4 horas.

Santos Cruz foi ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, um dos cargos mais importantes do governo, até junho, quando foi retirado após uma série de ataques virtuais.

“Segundo o general, uma milícia digital, uma gangue de rua que se transfere para dentro da internet, ligada a apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, causou a sua saída da Secretaria-Geral”, disse o deputado Carvalho, no requerimento.

Na audiência, o próprio ministro mostrou um diálogo falso de WhatsApp, atribuído a ele e espalhado em redes sociais, em que ele teria chamado um dos filhos de Bolsonaro de “desequilibrado”.

Questionado pela relatora da comissão, a deputada Lídice da Mata (PSB-BA), e por outros parlamentares, o general se recusou a citar nomes dos responsáveis por sua saída do governo e pelo desgaste da sua relação com o presidente.

Santos Cruz disse que não tem provas que confirmem a participação dessas pessoas. “Vim colaborar com responsabilidade. Não posso ser irresponsável na minha colaboração.”

O senador Rui Costa (PT) ao tratar sobre influência direta de Flávio Bolsonaro no Palácio do Planalto, destacou que a CPMI pretende investigar a “organização criminosa” das fake news que estariam ligadas à família e ao partido do presidente.

“Nós vamos desbaratar essa organização criminosa, que vitimou o senhor, que derrubou o senhor, que fritou o senhor, que detratou o senho indevidamente. Porque o senhor não mereceria esse tratamento sendo leal como foi e leal agora mesmo agora mesmo tendo sido tratado como foi. Essas pessoas não mereceriam mais a sua solidariedade”, disse, se dirigindo ao ex-ministro.

Lula

O deputado federal Marco Feliciano (Pode) fez um requerimento pedindo a presença do ex-presidente Lula na próxima sessão da CPMI. Para justificar, o deputado reproduziu um áudio em que Lula diz ter apresentado dados falsos a respeitos de crianças em situação de rua em uma palestra na França, com o intuito de ser aplaudido “calorosamente “pelo público.

“Se o cara perguntasse a fonte a gente não tinha, mas a gente ia citando números”, disse o ex-presidente na gravação. De acordo com ele, o intuito do requerimento é pedir a Lula “explicações de como funcionava a máquina de destruir reputações” do Partido dos Trabalhadores.

A CPMI, que investiga notícias falsas divulgadas na internet durante as eleições de 2018, já contou com a presença do deputado Alexandre Frota (PSDB), de jornalistas e de especialistas sobre o tema.

Composta por 15 senadores e 15 deputados titulares e igual número de suplentes, a comissão tem 180 dias, a contar de sua instalação no início de setembro, para investigar a criação de perfis falsos e os ataques virtuais.

Veja a audiência na íntegra:

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