Sou privilegiado: tomei a vacina da Pfizer em Nova York

Por volta das 10h do dia primeiro de abril, entrei para o grupo mais desejado do mundo: o dos vacinados. Fui uma das 269.527 pessoas que receberam uma dose da vacina no Estado de Nova York naquela quinta-feira. A sensação é alívio, alegria e gratidão. Até aqui, segundo informações do Our World in Data, somente 617 milhões de doses foram aplicadas desde meados de dezembro passado, ou oito para cada cem habitantes do planeta.

Depois de alguns tropeços iniciais, as campanhas de imunização estão acelerando em todo os Estados Unidos. Não existe uma organização centralizada como o Sistema Único de Saúde, e cada estado é responsável por organizar seus próprios programas. Em termos práticos, isso significa ficar atento às divulgações das fases.

Se me convidassem, aceitaria ser a primeira pessoa do mundo a tomar a vacina (qualquer uma). Mas é claro que na ordem das prioridades  meu lugar era mais pro fim da fila. Bem mais. No ano passado, o jornal The New York Times publicou um simulador online para estimar sua colocação. Não tenho nenhum problema de saúde crônico, não sou da área da saúde, não trabalho em contato direto com o público e tenho 47 anos. Se me lembro bem, uns 280 milhões de americanos estavam na minha frente.

Então tentei modular a ansiedade. Minha expectativa era ser vacinado em maio ou junho, um prazo que tirei da minha cabeça. Até lá (e provavelmente depois), o plano era manter dois cuidados básicos: máscara e nada de aglomerações.

Dentro dessas limitações, poderia seguir com minha vida “normal”. Fui a restaurantes três vezes no mês passado, talvez uma 15 desde o começo da pandemia (sempre sentado ao ar livre). Ando de ônibus e metrô e de Uber. Visito a casa de amigos uma ou duas vezes por mês. Mais algumas semanas assim não seriam muito sacrifício.

A notícia da minha vez chegaria, como todas as outras, pelo celular. No começo de março apitaram duas notificações que começaram a me dar esperança. Primeiro, o início da vacinação de pessoas acima de 60 anos. Poucos dias depois, foi anunciada a liberação para quem tem mais de 50.

A velocidade estava aumentando no país inteiro, o que me deu um pouco de esperança. Conversando com minha mãe (que tomou a primeira dose duas semanas antes de mim), fiz uma previsão ambiciosa: em abril estaria vacinado. Passei a olhar o site oficial do governo de vez em quando.

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