Startup brasileira quer vender a Elon Musk a solução para um Bitcoin verde

O bilionário empreendedor Elon Musk, fundador da fabricante de carros elétricos Tesla, foi e voltou na ideia de aceitar bitcoins para a compra de seus automóveis. Há menos de dois meses, Musk anunciou que a Tesla estava aceitando a moeda digital como forma de pagamento. Mas, na semana passada, pelo Twitter, revogou a decisão alegando prejuízos ambientais.

De fato, o processo de mineração do bitcoin, usado para gerar a moeda, consome uma quantidade descomunal de energia. As emissões de carbono desse processo equivalem, atualmente, às da Nova Zelândia: 37 milhões de toneladas. “Estamos preocupados com o aumento acelerado de combustíveis fósseis para a mineração de bitcoin e suas transações, especialmente carvão, que tem as piores emissões entre todos os combustíveis”, escreveu Musk na rede social.

Mas, e se fosse possível compensar todas essas emissões, a um custo adicional de 0,05% do valor de mercado da moeda? Segundo a startup brasileira Moss, especializada na compra e venda de créditos de carbono, a solução já existe e se chama MCO2. Trata-se de um ativo digital que equivale à compensação de 1 tonelada de carbono por meio de projetos de conservação florestal na Amazônia.

“Diferentemente do bitcoin, o MCO2 transforma em moeda um crédito de carbono que, no final do dia, será utilizado para manter a floresta em pé”, afirma Luis Adaime, fundador e CEO da Moss. “Temos a solução busacada por Musk pronta”. Adaime, pelas redes sociais, enviou uma mensagem ao bilionário, mas ainda não obteve resposta.

A solução proposta pela Moss é incluir na transação da bitcoin a compra de MCO2. Pelas contas da startup, cada unidade da moeda digital necessita de dois créditos de carbono para ser compensada.

O bitcoin verde

Em janeiro, a Moss anunciou uma parceria com o Mercado Bitcoin, corretora de criptoativos, criaram uma “moeda digital verde”. Por meio de uma parceria, a corretora fez a compensação das suas emissões de criptoativos, desde a sua fundação, e passou a comercializar MCO2 através da rede Ethereum.

Usar a tecnologia dos criptoativos é, para a Moss, a melhor forma de promover o mercado de carbono. Na prática, os créditos de carbono já são contratos digitais, diz Adaime. “Com o blockchain [tecnologia que viabiliza as criptomoedas], se elimina qualquer risco de fraude, como a venda de créditos de carbono expirados ou referentes a projetos diferentes do divulgado”, afirma.

Um crédito de carbono comercializado em uma plataforma cripto, como a Ethereum, no entanto, não configura uma moeda digital. Trata-se de um ativo digital, semelhante a um ETF negociado nas bolsas de valores. Além da confiabilidade, esse modelo traz outra vantagem, que é a possibilidade de criar “unidades” de créditos de carbono, semelhante ao que acontecia com as antigas units negociadas no mercado financeiro.

Isso viabiliza, por exemplo, que uma empresa compense as emissões de um único produto. Adaime usa o exemplo de uma rede de cafeterias que está em contato com a Moss para um projeto de neutralização. Em vez de investir em uma grande iniciativa que envolva todas as emissões da companhia, ela pode investir em tokens e fazer a compensação gradualmente. “A empresa vai lançar um café orgânico. Por meio da nossa plataforma, ela consegue neutralizar apenas esse produto e oferecer um valor adicional ao cliente”, explica Adaime.



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