Startup russa investe R$ 5,4 mi para buscar liderança em no-code no Brasil

A carência de profissionais de tecnologia é um fato. Só na grande São Paulo, segundo dados coletados pela Catho, o aumento da procura por desenvolvedores foi de 600% em relação ao período pré-pandemia. Ao mesmo tempo, seis em cada dez líderes de empresas afirmam que o investimento em tecnologia será uma prioridade ainda maior nos próximos anos. Como equalizar os dois lados dessa balança? Para a startup russa Albato, a solução está no aumento contínuo da disseminação de plataformas “no-code”, um mercado em ascensão no Brasil. E, para ser líder no Brasil dentro do segmento, a empresa chega ao país com um investimento inicial de 1 milhão de dólares (ou R$ 5,4 milhões).

Para ficar fácil de entender, é possível, novamente, recorrer à analogia da construção civil: construir um app ou um programa para uma empresa do zero seria como construir uma casa do jeito tradicional, com tijolos, argamassa e um tanto de tempo dedicado. O low-code facilita esse processo, como se trouxesse uma casa pré-fabricada, mas na qual ainda seria necessário ter conhecimento para reformá-la e deixá-la do jeito esperado. E o no-code seria algo como uma casa pré-fabricada, já reformada e mobiliada, em que você só teve de escolher pela internet o que seria necessário ter dentro do seu novo lar. 

Trazendo o conceito para a aplicação real, enquanto no low-code, é necessário que a pessoa que utiliza essas ferramentas e plataformas tenha algum conhecimento em desenvolvimento e programação, no “no-code”, não é necessário ter conhecimento algum em programação para criar um aplicativo ou um programa de computador em geral, do zero. Junto ao low-code, esse mercado fatur, atualmente, entre US$ 13,3 bilhões e US$ 17,7 bilhões, valores que podem crescer para US$ 58,8 bilhões a US$ 125,4 bilhões em 2027, segundo estimativas do Gartner

No caso da Albato, os R$ 5,4 milhões a serem aplicados no Brasil são apenas o primeiro passo para um plano maior de tomar a liderança no país e, posteriormente, adquirir relevância na América Latina. Os fundos para realizar o investimento vieram de uma rodada realizada no leste europeu, em que contribuíram, por exemplo, investidores como Aleksandr Shamis e Mikhail Aleksandrovskiy, fundadores do serviço internacional de entregas Borzo, também presente no Brasil. 

“O período em que esse dinheiro será investido vai depender de algumas condições como a análise do mercado local. A ideia é ter dinheiro suficiente para atingir o breakeven  no menor tempo possível”, diz Alexey Beily, CEO da Albato, à EXAME. 

A empresa foi fundada em 2017, como um spin-off de outra startup de sucesso na Rússia, a Calltouch, que foi comprada no ano passado pela Mango Telecom, fornecedora de serviços na nuvem líder na Rússia, por um valor não revelado — mas cujos rumores apontam para algo em torno de US$ 13 milhões. A transação envolve, principalmente, adquirir a capacidade de análise de marketing que a startup tem, uma vez que seu principal produto é o de um software capaz de reunir em um único local todas as despesas de marketing das empresas contratadas. 

A companhia não divulga dados de faturamento, mas afirma que, hoje, o Brasil responde por 5% do faturamento da empresa e cerca de 30% dos usuários globais estão na Comunidade dos Estados Independentes, pela afinidade com o idioma russo. De acordo com a Albato, os primeiros passos para construir a base de clientes foram dados em maio de 2021 e, agora, com mais fôlego no aporte, a ideia é que o país passe a representar de 30% a 50% do faturamento nos próximos anos. 



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