Substituto de Weintraub deve seguir linha ideológica; veja cotados

O Ministério da Educação (MEC) pode ter nas próximas horas seu terceiro chefe desde o começo do governo do presidente Jair Bolsonaro, após o anúncio da saída do ministro Abraham Weintraub nesta quinta-feira, 18. Embora não se saiba ainda quem será o substituto definitivo, fontes próximas ao setor apontam pelo menos uma tendência por enquanto: que o nome a substituí-lo ainda seja próximo ao campo que se convencionou chamar de mais “ideológico” em Brasília. O MEC também pode ficar por algum tempo nas mãos de um ministro interino, seguindo os passos do Ministério da Saúde.

O principal nome veiculado nos últimos dias foi de Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do Ministério da Educação. Mas a conversa mudou nas últimas horas e a tendência até a noite desta quinta-feira era de que Nadalim não assumisse.

Nadalim, que antes do Ministério era conhecido por ter um blog onde defendia o ensino domiciliar, é próximo ao guru Olavo de Carvalho, mas com perfil mais discreto e para quem poderia não interessar se expor à frente do Ministério, segundo três fontes ouvidas pela EXAME. Nadalim é formado em Direito e com mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). O secretário era visto como um dos principais nomes para assumir como interino, mas não necessariamente como substituto definitivo de Weintraub.

“Se ele for ministro, será um perfil muito menos verborrágico que Abraham Weintraub ou Vélez Rodrigues [ex-ministro, antecessor de Weintraub]. Mas Nadalim defende metodologias atrasadas e que, se colocadas em prática, podem causar mais estrago do que Weintraub e Vélez”, diz Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e diretor da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

A principal defesa do secretário é o chamado método fônico na alfabetização, que vai na contramão dos métodos de letramento e silábico que vinham sendo usados no Brasil e nas principais redes de ensino do mundo. “É uma discussão atrasada em 40 anos em relação aos países desenvolvidos”, diz Cara. Seja como for, Nadalim não avançou em seu projeto de mudança nos rumos da alfabetização, mesmo após mais de um ano como secretário no Ministério.

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