TC (TRAD3) consolida expansão no 4º tri, mas com impacto sobre Ebitda

O TC (TRAD3) manteve a trajetória de expansão e diversificação de receitas alimentada por fusões & aquisições (M&A) no quarto trimestre de 2021, mas a execução da estratégia impactou o resultado operacional e as margens no período, segundo o balanço divulgado nesta terça-feira, dia 29, depois do fechamento do mercado.

As receitas líquidas cresceram 13,9% no período na comparação anual, para R$ 28,699 milhões; e mais do que dobraram no ano fechado, saltando de R$ 40,126 milhões em 2020 para R$ 91,603 milhões em 2021.

O número de usuários cadastrados em sua plataforma de conteúdo e serviços para investidores pessoa física avançou 142% em um ano, passando de 256 mil para 620 mil. O número de usuários pagantes chegou a 94.000 (incluindo os da Sencon (empresa de cálculo de valores para o pagamento de tributos com ações e emissão do Darf). Um ano atrás, eram 19.000.

Por outro lado, o Ebitda (métrica que reflete o resultado operacional) ficou negativo em R$ 7,6 milhões nos três meses finais de 2021, com margem de -26,6%, após ajustes não-recorrentes e de growth (crescimento). No terceiro trimestre, o Ebitda havia sido positivo em R$ 2,250 milhões, com margem de 1,8%.

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“Estamos no caminho certo, mas as mudanças não se materializam de um dia para o outro. Estamos satisfeitos com a carteira de empresas que trouxemos para dentro de casa, seja de fusões & aquisições ou de novos negócios”, disse Pedro Machado, diretor de Relações com Investidores (RI) do TC, à EXAME Invest.

Segundo a companhia no documento de resultados, “o ajuste de growth […] busca refletir a real situação do TC, a par dos gastos com contratação de pessoal e despesas referentes a sua expansão, principalmente na frente B2B. Em outras palavras, o ajuste demonstra a expansão da companhia em termos operacionais”.

Foi um ano de evolução para o TC, que em janeiro sequer tinha balanço auditado porque tinha capital fechado. O TC conduziu o processo de oferta pública inicial de ações (IPO) no primeiro semestre até concretizá-lo em julho, levantando R$ 607 milhões em uma oferta 100% primária, com os recursos direcionados ao caixa da companhia. Ao longo do ano, anunciou aquisições para abrir novas linhas de negócios, como no segmento B2B e de clientes private.

Modelo ‘all-in-one’

“Continuamos trabalhando na construção de um modelo de negócio sólido e resiliente, expandindo os produtos e os serviços oferecidos para os nossos clientes pessoa física e institucionais e transformando a plataforma TC em um modelo total ‘all-in-one’, no qual os nossos usuários encontrarão tudo o que precisam para investir”, disse o CEO e cofundador do TC, Pedro Albuquerque, no documento de resultados do quarto trimestre. Segundo ele, isso inclui “desde educação financeira e execução de ordens até o gerenciamento de sua carteira de ativos”.

“O TC começou como uma plataforma para o heavy user, mas temos realizado melhorias para torná-la mais intuitiva e amigável ao investidor com pouco conhecimento do mercado financeiro”, disse Machado. Ele apontou que os números do primeiro trimestre são positivos. “O mercado já começa a apresentar sinais de recuperação.”

Segundo o executivo, novos negócios resultantes de aquisições anunciadas nos últimos meses devem acelerar o crescimento neste ano. A plataforma de informações financeiras Economatica já responde por algo entre 15% e 20% das receitas do TC e será a base para uma nova plataforma, enquanto a RIWeb, que conecta e faz a comunicação de áreas de RI de empresas com acionistas e investidores em geral, deve dobrar de tamanho neste ano.

Entre os próximos passos do TC, segundo Machado, estão a integração da Sencon com a plataforma do TC e o acerto de uma parceria com uma corretora para disponibilizar uma prateleira de produtos de investimento.

Além disso, o aumento do número de colaboradores realizado depois do IPO, ao longo do segundo semestre, deve começar a se refletir mais em termos de entrega de desenvolvimento a partir deste ano. O número saltou de 467 ao fim de julho de 2021 para 704 no fim de dezembro, antes de sofrer uma redução para 653 até 27 de março.

“Muito do nosso esforço no curto prazo tem sido para criar uma plataforma que vai suportar de cinco a dez vezes o número de usuários que temos hoje. Isso naturalmente impacta as margens no curto prazo.”

“O custo do serviço prestado é atrelado à manutenção da plataforma e à infraestrutura. Apesar de tipicamente pensarmos em [custo] variável, há um componente físico para manter a plataforma para esse número maior de usuários com estabilidade. Tivemos um investimento muito grande na área de tecnologia”, disse Machado.

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