Transester-o-quê? Conteúdos escolares inúteis no mundo do Google e da Siri

Por Fernando Shayer*

Há dois anos, tirei um domingo para fazer o Enem, como teste. Fiz meu vestibular de verdade há 30 anos; eu era um bom estudante, fiz cursinho pré-vestibular e entrei numa boa faculdade. Devo confessar que, mesmo depois de tanto tempo, ainda estava confiante. “Essa molecada não tem experiência de vida, nunca enfrentou um dia duro de trabalho, casamento, filhos, contas para pagar, vou arrebentar”, pensei.

Tudo isso até que, em química, só para te dar um dentre inúmeros exemplos, deparei-me com uma pergunta sobre os componentes da reação de transesterificação, pela qual o poli(tereftalato de etileno) gera o tereftalato de metila e o etanodiol. Entendeu? Pois é. Foi uma experiência importante de humildade.

Daí ponderei, tentando buscar um consolo, “quantas vezes na faculdade ou na minha carreira tive de fazer algo que minimamente dependesse do conhecimento da reação de transesterificação?” Certamente, nenhuma. Mais do que isso, e esta pergunta estendo a você, questionei “de quantas aulas eu participei na escola, e quantos conteúdos eu estudei, que eu não tive a menor ideia de para quê serviam e do qual me esqueci logo depois das provas?”. Digo, sem medo de errar: a enorme maioria.



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