Turismo cresce em 2019, mas coronavírus pode afundar resultados deste ano

Classificada como pandemia pela OMS, crise já está afetando o faturamento das companhias do setor

São Paulo – Os negócios de empresas de turismo no Brasil cresceram 1,4% em 2019, conforme mostra o anuário da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa). Com a alta, o faturamento registrado no ano passado foi de 15,1 bilhões de reais. O bom momento, contudo, pode não ser repetido neste ano por conta da crise do novo coronavírus.

Segundo a Braztoa, 6,5 milhões passageiros foram atendidos pelas empresas que fazem parte da organização que compila dados de companhias responsáveis por 90% das viagens de lazer no País. Do total, 4,8 milhões (73,8%), viajaram para destinos dentro do Brasil. Especialmente para o Nordeste, região que recebeu mais da metade desses turistas.

O aumento no faturamento das companhias pode ser explicado, entre outros motivos, pela alta de 16,9% no ticket médio. Para as viagens nacionais, o valor médio pago foi de 1.869 reais, 23% a mais do que no ano retrasado. Quem viajou para fora do Brasil gastou, em média, 3.567 reais. Alta de 1,3% sobre 2018.

A crise do coronavírus pode derrubar os resultados para o ano que vem. “A estimativa é de queda de 15% no faturamento das operadoras de turismo do começo do ano até março”, afirmou Frederico Levy, vice-presidente da Braztoa em entrevista para a revista Exame.

Segundo ele, o maior impacto não se dá pela precaução das pessoas de viajar em meio a crise classificada como pandemia pela Organização Mundial da Saúde na quarta-feira (11). “O que pesa mais é o dólar comercial que já está batendo na casa de 5 reais”, afirmou.

O percentual estimado por Levy é semelhante ao apontado pelo mercado para a queda no mercado global de cruzeiros. O setor que movimentou 45,6 bilhões de dólares em 2019 também deve sentir os efeitos econômicos causados pelo Covid-19. Principalmente em relação aos navios que começam suas temporadas no verão do hemisfério norte, que se inicia já nos próximos meses.

A temporada brasileira não foi afetada por uma questão timing. Como as passagens já haviam sido vendidas meses antes do eclodir os problemas em Wuhan, cidade apontada como epicentro da crise do novo coronavírus, os navios que partiram dos portos brasileiros não foram tão afetados. A expectativa é de que o segmento tenha movimentado 2,2 bilhões de reais nesta temporada.

Em um contexto global, aliás, os problemas não devem ficar apenas no mar. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), caso não seja controlada nas próximas semanas, a pandemia pode gerar prejuízo de 11 bilhões de dólares na receita das empresas aéreas neste ano.

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