Um país mais arrumado não retiraria o auxílio emergencial de uma vez, diz Armínio Fraga

Um país mais arrumado não retiraria o auxílio emergencial de uma vez. A avaliação é do ex-presidente do Banco Central e fundador da Gávea Investimentos, Armínio Fraga, que participou de evento virtual da agência de classificação de risco Fitch, para discutir a situação e a perspectiva econômica do Brasil e de outros países da América Latina.

Para Fraga, a falta de espaço fiscal e de credibilidade do Brasil, entretanto, criam um constrangimento para que seja reintroduzido o estado de calamidade (que permitiu ao governo aumentar gastos) novamente agora em 2021 por causa da pandemia.

“É como se fosse uma cortisona. Deu uma dose enorme, talvez até exagerada. Eu vejo o mundo político sensível a isso, como não podia deixar de ser. Por outro lado, vejo os economistas, analistas e o próprio mercado dando sinal na direção oposta. Minha expectativa é que o governo vai ser reativo. Se os problemas se mostrarem mais graves, talvez até aprove alguma coisa”, disse Fraga.

Fraga vê um quadro de vitória da ciência contra o vírus da covid-19, se o Brasil se organizar para a vacinação, mas observa que do ponto da economia o quadro é de incerteza. Para ele, a falta de entusiasmo das autoridades com relação ao que precisa ser feito é um fator que nos prejudica.

“Num passado recente, existiam expectativas, ainda que modestas, como a aprovação da PEC Emergencial, que desse um pouco de apoio e ancorasse o lado fiscal. Mas não aconteceu. Entramos em 2021 pensando nas eleições do Congresso. O quadro fiscal é frágil e, a meu ver, muito prejudicial para a confiança de investimento. Vejo um ano difícil, não consigo ter uma visão positiva”, afirmou ele, que disse que as ameças à construção de ‘algo mais robusto’ para o país são constantes.

Quando avalia que o governo será reativo, Armínio explicou que quer dizer que ‘só vai agir´ por medo’. Para ele, o governo se conectou a um ‘centrão’ que é exigente do ponto de vista de recursos.

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