Vacinas contra covid-19: Anvisa tem déficit de servidores e corte de Orçamento

Responsável pela análise e aprovação das tão esperadas vacinas contra a covid-19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) trabalha com cada vez menos funcionários e menos dinheiro no caixa. Só entre 2017 e 2020, a autarquia perdeu quase 12% da força de trabalho. Nos últimos quatro anos, 217 servidores se aposentaram e não foram repostos.

O órgão hoje conta com 1.580 funcionários e tem um déficit de 93 profissionais da área técnica. Apesar do número de aposentadorias ter sido maior, essa é a quantidade que falta para que a autarquia complete o quadro de funcionários, segundo informações da Anvisa à EXAME.

E não há nada que indique que o número vai aumentar em breve, apesar dos pedidos da Anvisa para realização de concursos, ainda não levados à frente pelo Ministério da Economia. O certame mais recente foi em 2016, para cargo de técnico administrativo, e o último que incluiu carreiras de nível superior foi em 2013.

Os maiores déficits estão no nível superior, justamente entre analistas e cargos mais específicos. Faltam 36 servidores especialistas em regulação na Anvisa.  Além deles, a autarquia precisa de 11 analistas administrativo, três técnicos em regulação e 43 técnicos administrativos. Em maio de 2020, a Anvisa enviou um ofício ao Ministério da Economia com pedido para autorização de concurso para 70 vagas, mas ele ainda não foi autorizado.

“Já nos manifestamos anteriormente sobre a necessidade de reposição do quadro de servidores efetivos por meio de concurso, que já foi solicitado ao Ministério da Economia por parte da diretoria da Anvisa, mas o processo foi interrompido pela proibição do Governo Federal para novos concursos desde 2019″, diz a Associação dos Servidores da Anvisa (Univisa). “Nosso quadro está defasado, apesar de todos os esforços para adoção de serviços digitais”, afirma a entidade.

Quando havia apenas 14 casos confirmados de covid-19 no Brasil, em fevereiro de 2020, o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) alertou a Presidência da República, por ofício, que seria preciso ampliar o contingente de pessoal que atua nas áreas de fiscalização de fronteiras, devido ao novo coronavírus. A entidade sugeriu um concurso em caráter de urgência para lugares com portos, aeroportos e fronteiras, que nunca foi feito.

Antes disso, em janeiro de 2020, o Sinagências já havia enviado um pedido ao Palácio do Planalto para agendar uma audiência com o presidente Jair Bolsonaro, no qual menciona que a falta de servidores é recorrente em várias agências, “em especial na fiscalização da Anvisa”. Já havia necessidade de reforços nas coordenações de portos, aeroportos, fronteiras e recintos alfandegados.

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