Vago e sem Guedes, “Plano Marshall” começa a andar

O plano de recuperação econômica para quando a pandemia do coronavírus passar deve ter nesta sexta-feira, 24, sua reunião inaugural. Chamado de Pró-Brasil, o pacote anunciado na quarta-feira pelo ministro da Casa Civil, Walter Braga Neto, prevê aportes públicos de 30 bilhões de reais em obras de infraestrutura por dois anos.

O fato de as informações sobre o projeto serem vagas – o plano ainda será desenhado, com previsão para sair em setembro e ser colocado em prática em outubro – e de não haver nenhum integrante da equipe econômica na hora do anúncio passou uma imagem de fragilidade e um clima de discordância dentro do governo.

Braga Neto nega que haja desacordo e disse que o Ministério da Economia participou das conversas. Há relatos, no entanto, dizendo de que a ala militar do governo Bolsonaro não está satisfeita com o resultado das privatizações prometidas pelo secretário Salim Mattar e que o consideram que o país precisa de um novo plano.

Segundo fontes do mercado ouvidas pela EXAMAE em reportagem desta quinta-feira, fundos soberanos e de pensão, que visam investimentos de longo prazo, continuam interessados nos projetos de infraestrutura no Brasil. A instabilidade política, no entanto, pode atrapalhar.

O que se sabia sobre o projeto da casa Civil até ontem gerou crítica de economistas, que dizem que a ideia vai no sentido contrário do ajuste defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e repercutiu mal no mercado de ações.

O temor é que esse novo plano flexibilize os gastos da União, cujos cofres têm uma margem estreita para financiar um programa de infraestrutura, a não ser que o teto de gastos ou a regra de ouro sejam repensados. Juntas, as duas ferramentas ajudam a controlar os gastos da União e têm servido de âncora de confiança para o Brasil.

Apelidado de Plano Marshall, em referência ao nome do programa norte-americano de reconstrução dos países aliados depois da Segunda Guerra Mundial, o projeto do governo, no entanto, se assemelha mais ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo Lula em 2007. O PAC não foi a bala de ouro prometida para criar empregos no país, além de deixar pelo caminho grandes obras descontinuadas. Será que desta vez vai funcionar?

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