Xavier diz que está mais otimista com o Brasil; últimas notícias animaram | Invest

O Brasil sempre foi capaz de surpreender pelo lado negativo, mas nos últimos sete dias apareceu uma luz no fim do túnel, disse Rogério Xavier, da SPX Capital, um dos gestores de fundos mais respeitados do país, em evento do Credit Suisse realizado nesta terça-feira, 26. Para ele, a possibilidade de Selic mais elevada já na próxima reunião de março, sinais de gastos fiscais menos intensos este ano e eleições no Senado e Câmara, com candidatos mais alinhados com o governo, podem levar a uma melhora importante nos preços dos ativos. 

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“Pela primeira vez em muito tempo estou com uma perspectiva positiva para o Brasil, embora estejamos vivendo um cenário muito negativo neste primeiro trimestre. Vejo o cenário muito melhor do que via há sete dias. Estou bastante construtivo com a possibilidade desses fatores em conjunto animarem os mercados e levarem a uma melhora importante dos preços dos ativos”. 

Xavier disse que recebeu com “enorme satisfação” a última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), com a retirada do forward guidance e a possibilidade de subir a taxa de juros na próxima reunião de março. “Sempre fomos muito críticos com o nível que a taxa de juros chegou no Brasil, não achamos que 2% seja um ponto de equilíbrio. Espero que não seja só intenção do Banco Central [em subir a Selic], mas ação para corrigir os juros”.

Para ele, 2021 vai ser o ano para consertar a casa. “Acho que fomos demais nos auxílios. Este ano, estamos falando que, caso tenha, deve ser por três meses, isso não vai me preocupar. Será menos intenso do que no ano passado”. 

Ele comentou ainda que acredita que a eleição para Câmara e Senado estão muito favoráveis ao governo, com a possibilidade de vitória dos candidatos Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. “Acho que vai ser uma notícia espetacular para o governo, com os candidatos alinhados com a pauta governista. É muito provável que tenhamos a aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) importante. Acho que a mais provável é a emergencial”. 

Ele disse que vê esses três pontos — do lado da política monetária, fiscal e eleição nas duas Casas — como notícias “muito boas” para o país, além da possibilidade da inclusão do setor privado na vacinação. “Uma vez que o setor privado entre na parte de vacinação, a chance da campanha engrenar aumenta”.

Xavier dividiu o painel no evento com Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset, que também se mostrou otimista com o país. “O fundamento para o Brasil no longo prazo ainda continua difícil, mas para os próximos seis meses continuamos com uma visão positiva”. Para ele, se vier auxílio emergencial, será de dois a três meses, para compensar o fato do país estar atrasado na vacinação.

Stuhlberger comentou ainda que a Verde historicamente tem uma alocação de 35% em ações, sendo que atualmente está distribuída em 21% para Brasil e 14% para o restante do mundo, principalmente, Estados Unidos. “Até cogito eventualmente vender um pouco de S&P 500 e comprar Brasil, mas ainda estamos ok com isso. Acho que vamos ter um ano de otimismo no Brasil. Mesmo com esses problemas de longo prazo, no curto prazo estaremos bem”.

Cenário global

Olhando para o cenário global, Xavier disse que está com uma visão bastante positiva para os Estados Unidos, diante do ritmo de vacinação bastante acelerado, enquanto a Ásia já não enfrenta tantos problemas e Europa ainda segue patinando, mas deve ser puxada pelo restante do mundo. 

No caso de ações, ele acredita que os ativos já não estejam tão baratos como no ano passado, mas comentou que sempre dá para fazer stock picking (seleção de ativos que podem performar acima da média do mercado). “Os mercados apresentaram crescimentos exuberantes nos últimos meses e não estão de graça, mas dá sempre para explorar alguns nomes específicos”.    

Em relação ao mercado de juros, ele comentou que o movimento de retorno à normalidade ainda nem começou, em meio às vacinas e estimulos. “Olhando genericamente no mundo, me parece que as curvas ainda estão pouco inclinadas. Quando veja a curva de juros no mundo, dá vontade de tomar todas as inclinações. Basicamente, tenho quase isso mesmo. Me parece que as inclinações ainda estão muito baixas. Os juros não estão correspondendo à inflação implícita. Ainda têm um bom espaço para andar”.

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