O que o IPO da EspaçoLaser diz sobre o mercado de beleza no Brasil

A abertura de capital da Espaçolaser (ESPA3) na última segunda-feira, 1º, chamou atenção do mercado. A rede de franquias de depilação estreou na B3 precificando sua ação a 17,90 reais e levantou 2,64 bilhões de reais. Na última quarta-feira, 3, os papéis encerraram o dia negociados a 21,40 reais.

O IPO da companhia mostra como os investidores brasileiros estão desejando ativos fora dos setores tradicionais que reinavam na bolsa até então, como bancos e commodities. A mudança começou em 2020, quando empresas como a varejista de produtos para animais de estimação Petz e o brechó online Enjoei abriram capital. “Não temos muitas empresas de serviço na bolsa e é algo que o mercado está procurando”, diz Bruno Lima, analista da Exame Research.  

No caso da Espaçolaser, o grande atrativo da rede é sua liderança em um setor enorme e pouco consolidado no Brasil. De acordo com a consultoria Euromonitor, o mercado brasileiro é o quarto maior do mundo nos segmentos de beleza e cuidados pessoais — atrás somente do americano, chinês e japonês.

No prospecto apresentado ao mercado, a Espaçolaser afirma que 69 milhões de pessoas no Brasil são adeptas de alguma forma de depilação. Apesar do mercado grande, a depilação a laser é a escolhida por apenas 3,4 milhões de brasileiros.

A companhia acredita que nos próximos anos, com a popularização da técnica e estruturas de financiamento ao consumidor, a tendência é que a penetração da depilação a laser aumente. Em mercados maduros, como Estados Unidos e Espanha, o laser já corresponde a 20% e 50%, respectivamente, do mercado de depilação.

A Espaçolaser tem 554 unidades espalhadas pelo Brasil, das quais 34% são franquias. Até setembro de 2020, último período com dados divulgados, a rede havia faturado 952 milhões de reais. Apesar disso, a operação teve prejuízo líquido ajustado de 71,4 milhões de reais, enquanto no mesmo período do ano anterior teve lucro de 97 milhões de reais.

A queda, segundo a companhia, foi causada pela pandemia de coronavírus, que obrigou as unidades a fecharem por alguns meses. entre abril e maio. A expectativa é que com o abrandamento das medidas de isolamento social a companhia volte aos patamares anteriores de receita. 

Enquanto isso, os planos são expandir os negócios. Dos 2,64 bilhões de reais levantados no IPO, 1,2 bilhão de reais serão usados pela companhia para financiar sua expansão territorial e comprar dez sociedades franqueadas que gerenciam 78 unidades da rede.

A empresa aposta que sua liderança de mercado a ajude a consolidar o setor no Brasil. Para Lima, apesar dos bons números do negócio, a baixa barreira de acesso ao mercado de depilação a laser pode dificultar os planos da companhia. Afinal, com o aluguel de uma sala e a compra do equipamento, qualquer profissional capacitado pode começar a atender.

Os outros 1,44 bilhão de reais levantados na abertura de capital foram usados para dar saída para os fundadores Ygor Moura, Paulo Iasz e Tito Veiga, além do fundo Magnólia FIP e da holding SMZXP (de José Carlos Semenzato e Xuxa Meneghel).

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