A SoftBank relatou uma queda no lucro líquido para ¥ 761,5 bilhões (US $ 6,9 bilhões) entre abril e junho deste ano, uma queda de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda segue um lucro de quase 5 trilhões de ienes no ano financeiro passado – o maior da história para qualquer empresa japonesa.
Há 3 meses, sobravam razões para comemorar no conglomerado japonês SoftBank. O grupo apresentava os resultados trimestrais do primeiro período do ano e havia registrado o maior lucro de uma empresa japonesa até então: foram 46 bilhões de dólares em um ano, surfando a onda das startups que foram a público e abriram capital no período.
O grupo parecia recuperado do início da pandemia, quando suas ações caíram 50% entre fevereiro e março do ano passado. O caos não retornou na divulgação dos resultados do segundo trimestre nesta terça-feira, mas um pouco de cautela.
Resta saber se o lucro grande do primeiro trimestre ficou no passado. Em maio deste ano o conglomerado teve lucro de 45 bilhões de dólares — um recorde para empresas japonesas. O resultado do segundo trimestre de 2021 deve sair nesta terça-feira, 10 de agosto.
Parte da culpa para a perspectiva mais pessimista de agora está na China: empresas de tecnologia e investimentos do SoftBank enfrentaram a vigilância do governo, que endureceu a cobrança por competitividade o país. A participação do SoftBank no Alibaba, por exemplo, valia centenas de bilhões de dólares, e foi cortada pelo aumento da regulação chinesa.
Alguns IPOs recentes de investidas do SoftBank apresentaram bons resultados, mas o momento atual ficou de fora do balanço de hoje, como a Didi, gigante de caronas da China, cujas ações valem 67% do que valiam durante o IPO.
Nos últimos 4 anos, o SoftBank aportou 84 bilhões de dólares em startups com o Vision Fundo e a continuação do projeto, e se tornou o maior investidor de empresas de tecnologia do mundo. Na semana passada, num único dia, o Softbank anunciou três investimentos no Brasil, num total de quase R$ 1 bilhão, nas companhias Único, Omie e Avenue.
A estratégia de investir em empresas do setor de tecnologia pagou durante a pandemia, mas os palpites chineses do grupo devem seguir sendo questionados pelo reguladores locais.
SoftBank suspende investimento na China
O SoftBank Group decidiu suspender seus investimentos na China enquanto espera ação regulatória contra as empresas de tecnologia do país, disse o presidente-executivo do grupo, Masayoshi Son, nesta terça-feira.
“Até que a situação fique mais clara, queremos esperar para ver”, disse Son em entrevista coletiva. “Em um ou dois anos, acredito que novas regras criarão uma nova situação.”
Quando o conglomerado japonês registrou lucro anual recorde em maio, os executivos apontaram para mais vantagens nos investimentos do Vision Fund, como a empresa chinesa de transporte por aplicativo Didi Global e a startup “Uber para caminhões” Full Truck Alliance.
Essas empresas são listadas em Nova York, mas a ação regulatória chinesa derrubou seus valores de mercado, ressaltando o risco do SoftBank na China, mesmo enquanto o grupo busca reduzir a dependência de seu maior ativo, uma participação na gigante chinesa de comércio eletrônico Alibaba Group Holding.