As estratégias das PMEs para competir com gigantes no e-commerce

Há uma cadeira no meio do Holiday Market, supermercado perto de Detroit, no Michigan, e, se os clientes tiverem sorte, encontrarão Tom Violante Sr. sentado nela. O fundador de 91 anos ainda vem trabalhar quase todo dia – e sabe a localização de tudo em seus 6.000 metros quadrados.

“Ele pergunta a todos se encontraram o que queriam. Se não encontraram, ele diz em qual corredor está o artigo, quantos passos são necessários para chegar lá e onde está localizado: na altura do joelho, da cabeça ou da barriga”, disse seu filho, Tom Violante Jr., que opera a loja com sua irmã e seu cunhado.

Esse é o tipo de atendimento ao cliente pelo qual a loja, em Royal Oak, é conhecida. Assim, quando Tom Violante Jr. começou a pensar em oferecer compras online, quis garantir o mesmo nível de atenção. Ele não esperava que o serviço fosse um grande gerador de receita, mas viu o futuro chegando quando marcas como Chewy e Winc começaram a cortejar seus clientes. Em 2019, montou uma equipe para desenvolver uma plataforma online que incluísse os 60.000 itens da loja.

Ficou feliz por ter feito isso quando a pandemia começou. “No início, os pedidos foram tantos que levava uma semana para que os clientes conseguissem uma vaga de coleta, e queríamos reduzir isso para dois dias. Hoje garantimos a coleta no mesmo dia”, garantiu ele.

Na lista de vencedores e perdedores da pandemia, o Holiday Market está na coluna positiva graças às compras online, o que ajudou a aumentar a receita global da loja em 20% em 2020 em comparação com 2019. Na verdade, o e-commerce foi o que impediu um ano catastrófico para o varejo americano. Em vez de terminar no vermelho, as compras online aumentaram as vendas globais no varejo em quase 3,5%, para 5,6 trilhões de dólares, em comparação com o ano anterior, de acordo com a empresa de pesquisa eMarketer. Só o e-commerce cresceu 33,6% em 2020.

Tom Violante Jr, dono do Holiday Market

Tom Violante Jr, dono do Holiday Market (Nick Hagen/The New York Times)

Mas o sucesso do Holiday Market é uma exceção entre os pequenos comerciantes; o boom ajudou principalmente os grandes negócios. Dez grandes varejistas responderam por 68% de todas as vendas de comércio eletrônico nos Estados Unidos no ano passado – e só a Amazon representou mais da metade de todas as vendas online. As grandes empresas de e-commerce também absorveram quase 60% de todo o espaço de armazém disponível no ano passado, de acordo com analistas imobiliários do CoStar Group. “O grande ficou maior”, comentou Andrew Lipsman, principal analista do eMarketer.

Segundo ele, o beneficio foi desigual para as pequenas empresas. Há setores vencedores – como o de supermercado, saúde e fitness, e marcas diretas ao consumidor –, mas butiques de roupas e outras lojas especializadas sofreram, especialmente aquelas sem uma plataforma de e-commerce.

“A pandemia acelerou o crescimento do comércio on-line. Isso fez muita gente perceber que, se você tem de fechar a porta física, vai precisar ter uma porta digital”, disse Loren Padelford, vice-presidente da Shopify, a plataforma de comércio eletrônico que atende predominantemente varejistas independentes.

A Shopify, empresa canadense, ajuda os clientes a montar uma loja online rapidamente – e muitas empresas recorreram a ela quando os lockdowns as forçaram a fechar. A receita da Shopify cresceu quase 90% no ano passado, e a empresa agora atende 1,7 milhão de comerciantes em todo o mundo.

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