Brasil cai para 10ª posição em ranking de escolha de investimento de CEOs

O Brasil despencou de importância na agenda das grandes empresas nos últimos dez anos. Se em 2013 o País ocupava a terceira posição entre os maiores mercados estratégicos para os CEOs globais, agora ele caiu para a décima posição neste ano, com apenas 5% dos entrevistados colocando-o como um dos seus mercados com maior potencial. No ano passado, o Brasil ocupava a oitava posição, mas foi ultrapassado por Canadá e Austrália em 2022.

É o que aponta a consultoria PwC em sua pesquisa anual com presidentes de grandes companhias de todo o planeta. Nas primeiras posições do levantamento estão Estados Unidos (citado por 41%) dos entrevistados), China (27%) e Alemanha (18%). De acordo com o presidente da PwC, Marco Castro, apesar de o Brasil estar barato dada a valorização do dólar frente ao real, o que poderia estimular investimentos por aqui, ele também está mais pobre e sem perspectivas de crescimento por conta das inúmeras crises pelas quais passa, como a política, fiscal e a ambiental.

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“O Brasil perdeu relevância em todos os sentidos: o crescimento não está grande e a representatividade para as empresas ficou ainda menor em dólar. O País continua sendo uma aposta de consumo, mas já não está mais como prioridade nos investimentos” afirma Castro.

De fato, os números para quem procura retorno não são dos mais animadores. De acordo com o último Boletim Focus, relatório do Banco Central que reúne as estimativas dos principais analistas do País, o Brasil deve crescer apenas 0,29% neste ano. Apesar da alta de 0,1 ponto porcentual na edição publicada nesta segunda-feira, 17, o número vem caindo semana após semana. A perspectiva de crescimento é bem menor do que o esperado para diversas economias desenvolvidas, ou seja, menos risco para mais retorno.

Longe das análises, a economia real mostra que alguns estrangeiros estão saindo do Brasil. Em janeiro do ano passado, a montadora Ford anunciou a sua saída do País, apesar de ser uma das líderes do mercado. Além dela, a maior fabricante de cimento do mundo, o grupo franco-suíço LafargeHolcim, também decidiu abandar o mercado local e fechou um acordo com a brasileira CSN para vender a sua operação.

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o Brasil não tem um período de tranquilidade há anos e enfrenta uma sucessão de crises, algo que o governo do presidente Jair Bolsonaro também não ajudou para diminuir. “Apesar de algumas medidas positivas feitas pelo governo, como a lei de falências, o marco do saneamento e a independência do Banco Central, o governo Bolsonaro trouxe crises adicionais, como a questão do risco ambiental”, afirma Vale.

Porém, há quem procure oportunidades por aqui, especialmente os próprios brasileiros. E até que existe bastante otimismo entre esse público, segundo a pesquisa da PwC, acima da média global. Cerca de 63% dos executivos brasileiros ouvidos pela consultoria afirmaram que estão muito confiantes de que as receitas de suas empresas vão aumentar – apenas 5% disseram que não estão confiantes. No mundo, a proporção é de 56% para os completamente otimistas e 4% para os pessimistas.



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