Cidades do Rio de Janeiro já sofrem os efeitos da estiagem

Fazia uma semana, sexta-feira passada, que a última gota de água tratada e encanada tinha caído na casa da bióloga Daniele Santana, de 39 anos. Ela nem se iludia com a expectativa de que as torneiras voltassem a jorrar em breve, porque o histórico não era bom: a espera mais recente havia sido de dois meses. Para completar, ela vive num dos bairros de Maricá, na Região Metropolitana, atendidos pelo sistema no qual a Cedae, no dia 9 de setembro, anunciou que reduziria a capacidade de produção para 45%.

O motivo é a estiagem, com a consequente baixa do nível do Rio Ubatiba, que abastece áreas populosas do município. Esse é só um dos retratos que a falta de chuvas — que seca reservatórios, encarece a tarifa de energia elétrica e gera prejuízos no país — já espalha pelo Estado do Rio. Em cidades como Nova Friburgo e Petrópolis, na Serra, moradores também enfrentam transtornos para encher as caixas e cisternas.

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Órgãos de governo e especialistas dizem que ainda não é o fantasma da crise hídrica encarada pelos fluminenses em 2014 e 2015. Mas o quadro inspira atenção, afirma o gestor ambiental Marcelo Danilo Bogalhão, diretor do Comitê Guandu, que atua na bacia hidrográfica que abastece cerca de 9 milhões de pessoas, entre elas a população da capital. Grande parte das águas dessa bacia é transposta do Rio Paraíba do Sul, onde os reservatórios estão com níveis entre os mais baixos registrados para esta época do ano nas últimas duas décadas. De acordo com boletim da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), no domingo os reservatórios de Paraibuna, Santa Branca, Jaguari e Funil — ao longo do Paraíba do Sul — operavam, juntos, com um volume útil de 25,7% de sua capacidade.

No mesmo dia de 2020, o armazenamento estava em 34,23%. Em 2019, alcançava os 45,72%. Para efeito de comparação, o índice atual é o terceiro pior para a data desde 2004, ficando acima apenas dos registrados em 2014 (16,32%) e 2015 (7,56%). Apesar desse cenário, a Cedae e a Secretaria estadual do Ambiente garantem que não se vislumbra risco de desabastecimento. Ainda não há impactos, por exemplo, na Baixada Fluminense, onde a falta d’água é crônica em algumas regiões.



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