Com caixa bilionário, Movida tem lucro 7x maior no terceiro trimestre

A Movida (MOVI3) encerrou o terceiro trimestre com forte alta no lucro líquido — seguindo o resultado apresentado no segundo trimestre deste ano. Nos últimos três meses, foi de R$ 259,4 milhões, número sete vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2020. Considerando o resultado da CS Brasil — companhia cuja incorporação finalizou em agosto — o lucro líquido seria de R$ 267 milhões. 

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O EBITDA no período foi de R$ 613,4 milhões, com margem de 84% e evolução de 30 pontos percentuais na margem consolidada, na comparação com o terceiro trimestre do ano passado. O EBITDA de aluguéis foi de R$ 426,2 milhões, 56% mais do que no trimestre anterior.

A receita líquida da companhia foi de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre, crescimento de 52,1% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor está acima das expectativas do mercado, que apontavam para R$ 1,45 bilhão a R$ 1,5 bilhão, segundo a Bloomberg.

Entre os destaques em receita, está a marca de 168 mil carros na frota total, com crescimento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado. Com mais carros, todas as linhas de negócio foram beneficiadas: a operação de aluguel de carros (ou RAC, na sigla em inglês) disponibilizou mais veículos para locação, com tíquete médio recorde — gerando aumento de 64,2% na geração de receita em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, a empresa vendeu 14,5 mil seminovos, o que gerou uma receita de mais de R$ 844,6 milhões, aumento de 31,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Entre as razões para a receita recorde em RAC, está o aumento do tíquete médio do aluguel, em torno de R$ 93. “O preço aumentou e vai continuar subindo. Tem demanda, mas mesmo se não tivesse, os custos estão mais altos para comprar carros melhores, tanto SUVs quanto 1.0 com mais componentes além do básico”, diz Renato Frankin, CEO da Movida, à EXAME

De acordo com os dados do balanço, a maior participação de carros SUV colaborou para o crescimento acelerado do produto Movida Zero Km, de aluguel de carros por assinatura. A vertical teve margem EBITDA de 67,2% no trimestre, em linha com o crescimento mostrado no trimestre. 

Indo mais a fundo nas frotas, a operação de gestão de frotas (GTF) também teve impacto positivo no trimestre, com receita líquida de R$ 287,3 milhões, aumento de mais de 130% em relação ao mesmo período do ano passado. Inclusive, segundo o relatório, pela primeira vez, a frota de GTF é maior do que a de aluguel de carros em um trimestre. 

Entre os principais motivos pela aposta nessa linha de negócio, estão: a rentabilidade maior do que a das demais — já que tem gastos de manutenção significativamente menores — além de mais gás para enfrentar o cenário macroeconômico com juros mais altos e no qual a produção de veículos por parte das montadoras fique estável. Isso tudo, é claro, sem ignorar a crise de matéria-prima pela qual as montadoras passam em 2021. 

Além disso, as próprias montadoras apostam nesse serviço como forma de sobreviver no futuro. Em 2021, pelo menos sete marcas  – Audi, Caoa, Fiat, Jeep, Nissan, Renault e Volkswagen – lançaram programas.

É esse um dos motivos pelos quais, diante de uma possível retomada, com a normalização do fornecimento de chips e a posterior fabricação de veículos, a Movida não se abala. “A gente acredita que a produção por parte das montadoras só vai se normalizar em 2023. É claro que, quando isso acontecer, a gente tende a ter uma pequena redução na margem dos seminovos. Mas, acreditamos que a subida de preços do aluguel de carros, o ganho de eficiência da companhia e o crescimento dos serviços por assinatura podem compensar esse efeito, aliado ao aumento dos juros”, diz Renato.



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