Com goleada da fiel torcida, Corinthians e Gerando Falcões buscam renda para mulheres de favela

O Corinthians e a ONG Gerando Falcões criaram uma parceria para diminuir a vulnerabilidade nas favelas brasileiras. O objetivo é fortalecer o projeto Asmara, negócio social que atua para garantir a independência financeira de mulheres a partir da economia circular.

No projeto, as comunidades e parceiros da Gerando Falcões doam roupas e acessórios, que são revendidas por mulheres nos locais atendidos pela ONG. Cada “Mara” — como são chamadas as mulheres participantes — recebe um kit com 80 peças, e o objetivo é que consiga revender esses itens em sua própria comunidade em preços mais baixos do que no mercado tradicional.

De acordo com Edu Lyra, criador da Gerando Falcões, o programa busca garantir uma fonte de renda mulheres fora da economia atualmente. “O Asmara atende mulheres em regime semiaberto, vítimas de violência doméstica, mães solo com 2, 3, até 4 filhos e que não conseguem trabalhar fora de casa. Essa mulher não consegue pegar o trem por horas todos os dias para vender roupa no centro da cidade. O Asmara se adapta à realidade das mulheres, e não o contrário”, conta.

A partir das doações das roupas, os produtos são vendidos de porta em porta, em suas redes de relacionamento ou pelas redes sociais. O dinheiro fica inteiramente para elas.

Com a parceira com o Corinthians, o objetivo é engajar a torcida alvinegra a doar vestimentas e acessórios durante as partidas realizadas em casa. A Neo Química Arena, estádio do time na zona leste de São Paulo, contará com caixas e sacolas para as doações ao longo de todo o ano. O objetivo é arrecadar até o fim de 2024 mais de 3 milhões de peças.

Atualmente, a Gerando Falcões conta com 1.200 Maras em quase 50 comunidades, número que deve chegar a 15 mil até o fim do ano. De acordo com Edu Lyra, a ação deve impactar meio milhão de mulheres nos próximos 15 anos.

De acordo com Lyra, a parceria foi feita com o Corinthians pelo histórico do time com lutas sociais, além de ser localizado na periferia de São Paulo e com uma das maiores torcidas do Brasil. “O Corinthians tem vocação em ser o ‘time do povo’. A gente quer garantir que a parceria mostre que o Corinthians é campeão dentro e fora do campo”, conta. Além do futebol masculino, a ação deve atingir ainda outros esportes e modalidades do Corinthians, como futebol feminino, futsal, esportes aquáticos e basquete.

Raul Correa, diretor do departamento Cultural do Corinthians (esq.) com Edu Lyra, fundador da Gerando Falcões (cent.) e Augusto Melo, presidente do clube (dir.) (Gerando Falcões/Divulgação)

“O projeto tem sido formulado há dois meses e foi lançado nesta semana com o presidente do time, Augusto Melo, e o vice-presidente, Armando Mendonça. Nossa expectativa é muito alta. Queremos que a fiel torcida vá com toda sua empolgação aos estádios e que colabore com doações em massa também”, conta o fundador da Gerando Falcões.

A campanha terá início oficialmente no próximo domingo, 14, durante o jogo entre o Corinthians e o Atlético Mineiro pelo Campeonato Brasileiro, às 16h, mas deve durar o ano inteiro.

Renda para mulheres de favela

O Asmara foi criado, de acordo Lyra, para garantir a geração de renda em escala para aquelas que movimentam a economia das comunidades e que são as chefes de família nas favelas: as mulheres. A Gerando Falcões já contava com programas de combate à pobreza em diversas de favelas a partir da geração de tecnologias de impacto, da capacitação de lideranças sociais e da transformação de lares em comunidades. “A gente já tinha capacitado e empregado muitos homens de favela, mas ainda tinha nós a desatar quando se tratava das mulheres. Com a realidade das mulheres na favela, que é de exclusão econômica e o cuidado com os filhos, tivemos que criar um modelo de negócio adaptado a sua vivência”, conta.

Para Edu Lyra, garantir a liberdade financeira de mulheres em favela é um dos maiores títulos que o Corinthians pode ganhar. “Partimos da sensibilidade de entender a dinâmica de vida da mulher e o relacionamento dela com o próprio território. Tem muita riqueza na pobreza da favela. A gente precisa criar tecnologias de inovação social para alavancar essas mulheres e criar transformações em suas vidas. O Corinthians tem sido um dos grandes parceiros nessa trajetória, e a fiel torcida vai ajudar ainda mais nessa vitória”.

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