Como soluções de rastreabilidade no agro trazem sustentabilidade à cadeia de suprimentos?

O consumo de produtos alimentícios está intrinsecamente conectado à nossa rotina e é o que nos faz ter energia para ir além e transformar o mundo. Não obstante, a indústria alimentícia no Brasil teve faturamento recorde de R$ 1.075 trilhão em 2022 e se manteve crescente em momentos de rupturas geopolíticas, resquícios de crise sanitária e desaceleração econômica global.

Para um alimento chegar na mesa do consumidor, há desafios em todos os elos da cadeia de suprimentos, sobretudo na ponta inicial quando falamos dos agroalimentares como proteínas animais e vegetais, chocolates, molhos, frutas e vegetais, entre outros alimentos processados com dependência direta de commodities e culturas agrícolas.

Na primeira milha desta cadeia de valor – do campo à indústria, os desafios para manter os níveis de produtividade, qualidade, certificações de sustentabilidade & ESG e evitar o risco de rupturas são os grandes desafios que estão sendo superados por soluções de visibilidade e rastreabilidade.

Especificamente sobre os desafios de sustentabilidade & ESG, observamos que as commodities têm um alto poder de impacto nas práticas da indústria alimentícia, podendo ser positivas quando exploradas corretamente, sendo capazes de gerar maior eficiência na pegada de carbono por meio de manejos mais eficientes e ações agroflorestais. Como também ter um efeito negativo, aumentando a pegada de carbono, quando as práticas sustentáveis não são aplicadas nas etapas de pré-colheita, plantio, colheita e abastecimento da indústria. Também são produtos capazes de estimular e transferir prosperidade econômica para a comunidade agrícola e assim gerar uma contribuição social significativa.

Soluções de visibilidade e rastreabilidade são capazes de evitar contaminações de qualidade, garantir especificações de clientes, aumentar produtividade do fluxo de materiais, garantir a execução de práticas de sustentabilidade e ESG e maior transparência e confiança para clientes, fornecedores, colaboradores, acionistas, órgãos de fiscalização e sociedade em geral. Além de antecipar e alertar rupturas na cadeia de abastecimento, seja na primeira milha – do campo à indústria, seja na segunda milha – da indústria ao consumidor.

Alexandre Rangel, sócio-líder de consultoria para o setor de agronegócios da EY para América Latina

Alexandre Rangel, sócio-líder de consultoria para o setor de agronegócios da EY para América Latina (EY/Divulgação)

Também é importante destacar que a viabilidade de soluções de rastreabilidade demandam plataformas que convergem dimensões de negócios, como softwares e hardwares; captura e integração de dados; dispositivos e instrumentos digitais; pessoas e organização; métricas e análises; estratégia e processos e fornecedores e manutenções.

Para habilitar a visibilidade e o rastreamento, bem como permitir maior transparência da cadeia, as indústrias têm utilizado tecnologias bastante experimentadas de captura e controle de dados e processos, como código de barras e etiquetas de RFID (Radio Frequency Identification). Em soluções mais integradas, estes dispositivos de captura e controle de dados estão conectados com os ERPs (Enterprise Resource Planning) e outros sistemas das indústrias.

Por fim e de forma mais avançada, tecnologias de blockchain também estão integrando o portfólio de soluções e agregando níveis muito superiores de transparência e confiança de dados. 

Diante das aplicações tecnológicas possíveis e um ecossistema com muitas dimensões, como se constrói a melhor solução de visibilidade e rastreabilidade? As soluções devem perseguir direcionadores e requerimentos de negócios e capturar valores para o negócio como função principal. Partindo desta afirmação, a construção da jornada para alcance de um modelo futuro se organiza em:

  1. Desenho da solução: constrói-se os direcionadores da solução, requerimentos de negócios, casos de uso, modelo integrado de processos, tecnologia e dados, métricas, pessoas e estrutura organizacional.
  2. Orçamentação e business case: especifica-se todas as dimensões de investimentos (Capex e Opex), determina-se as alavancas de ganhos e desenvolve-se o caso de negócios com as devidas análises de sensibilidade econômica.
  3. Implementação e captura do valor: testa-se um MVP, mobiliza-se os times e recursos e inicia-se os planos de ação de implementação da solução e captura de valor declarada no business case.

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